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Interior

Pousada vai indenizar em R$ 2,5 mil cliente picado por escorpião enquanto dormia

Adriano Fernandes | 30/06/2017 12:42
Lago com vista para a pousada voltada para o turismo rural no município. (Foto: Reprodução)
Lago com vista para a pousada voltada para o turismo rural no município. (Foto: Reprodução)

A Pousada Sol Amarelo, no município de Dois Irmãos do Buriti – a cerca de 83 quilômetros de Campo Grande-, foi condenada pela Justiça a pagar R$ 2,5 mil a um advogado, de 29 anos, picado por um escorpião enquanto estava hospedado, no local.

O caso ocorreu na noite de 30 de maio, ainda no ano de 2014. Segundo o advogado, após ser picado, por volta das 00h, enquanto dormia em um dos quartos, ele foi procurar socorro por todo o estabelecimento, mas não encontrou ninguém.

Até que um cozinheiro da pousada teria aparecido e aberto a porteira da pousada que estava trancada, para que ele pudesse procurar uma unidade de saúde, acerca de 30 quilômetros do local.

No caminho, assustado, a vítima ainda teria passado por vários buracos e danificado o veículo. No hospital, o advogado ficou internado durante todo o dia, só retornado a pousada por volta das 16h50 e onde não teve nenhuma assistência sobre o ocorrido.

Por meio do processo movido pelo advogado contra a empresa, ele ainda relatou que chegou a cuspir sangue e que outros sintomas da picada persistiram por 10 dias. O rapaz argumentou que a falta de funcionários no local assim como a má limpeza nos quartos teriam contribuído por deixá-lo “vulnerável”, na pousada.

Em sua defesa a Pousada Sol Amarelo, justificou, apenas que o incidente foi em decorrência do local ficar pela zona rural de Dois Irmãos do Buriti, em local sujeito ao aparecimento de diversos animais e insetos.

Mas ressaltou que todos os hóspedes são orientados a manter janelas, portas e ralos fechados e que a limpeza é realizada uma vez por dia, assim como a dedetização periódica. Ainda segundo o proprietário da pousada, teria sido ele quem atendeu o advogado e não pelo cozinheiro, e que ainda teria tentado contato com a vítima por celular.

Contudo, o juiz titular da 8ª Vara Cível de Campo Grande, Ariovaldo Nantes Correa, avaliou que embora a vítima tenha sido picada, ele não teve risco de morte, e também não comprovou que de fato, tenha ficado 10 dias com os sintomas da picada.

“Tanto que somente lhe foi ministrado soro com dipirona no hospital e lhe foi receitado um anti-inflamatório para tomar nos dias seguintes sem qualquer indicação de internação ou repouso”, comentou na decisão.

O magistrado também considerou o fato de que o turismo rural expõe os hóspedes ao maior risco de contato com animais, incluindo insetos peçonhentos. “No entanto, cabia a ré [pousada], dispor de maiores cuidados com a segurança do local que disponibiliza para o descanso de seus hóspedes, minimizando as possibilidades de acidentes como o sofrido pelo autor”, pontuou.

O juiz reconheceu reconheceu que a pousada agiu de forma ilícita, causando dano moral ao hóspede e deferiu o valor de R$ 2,5 mil.

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