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Interior

Presa no MS, “Menina de Copacabana” era espiã de traficantes cariocas

Em 2010, Jonya Couto foi presa acusada de passar informações para traficantes que fugiram dos morros durante ocupação da polícia

Helio de Freitas, de Dourados | 17/10/2017 10:53
A carioca Jonya é conduzida por guarda municipal após ser presa em Dourados (Foto: Adilson Domingos)
A carioca Jonya é conduzida por guarda municipal após ser presa em Dourados (Foto: Adilson Domingos)

Jonya Lucia Trotte Couto, 52, conhecida como “Mãe Loira” e “Madrinha”, presa em Dourados, a 233 km de Campo Grande, acusada de planejar assaltos na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, é famosa nos meios policiais do Rio de Janeiro, onde nasceu.

Loirinha, ou Menina de Copacabana, como se identificava em conversas telefônicas interceptadas pela polícia carioca, era espiã de traficantes, responsável em passar informações sobre a ocupação dos morros para instalação de UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), iniciada em dezembro de 2009.

Em junho de 2010, o então secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, comemorou a prisão de Jonya, após ela cair em uma armadilha preparada pela polícia na 13ª DP, em Copacabana. Na época, a polícia carioca tinha acabado de ocupar as favelas Pavão-Pavãozinho e Cantagalo.

Jonya tinha sido gravada conversando com o então chefe do tráfico nas favelas, Leandro de Oliveira Rezende, o Azul, que durante a ocupação da polícia fugiu para outro morro, mas recebia informações de Loirinha.

Considerada bem articulada e com trânsito entre os policiais, ela se apresentava como defensora dos direitos humanos e diariamente frequentava a UPP para obter informações. Depois repassava para os chefes do tráfico que tinham fugido das favelas, segundo policiais cariocas. “O chefe do tráfico contava com Jonya, conhecida no morro como ‘Irmã Loira’. Ela se dizia membro de uma comissão de direitos humanos da comunidade e era o elo entre o Azul e o morro”, disse na época a delegada Monique Vidal.

Em Dourados – Jonya e três homens, moradores em Dourados e Itaporã, foram presos sábado (14), suspeitos de organizar assaltos a mando de uma facção criminosa. A prisão foi feita por policiais do SIG (Serviço de Investigações Gerais).

A carioca foi presa em uma quitinete na Rua Izzat Bussuan, na Vila Rosa. Também foram presos Marcos Carvalho dos Santos, 40, o “Gago”, morador no Parque das Nações, Igor França dos Santos, 19, o “HD”, residente em Itaporã, e Jonas Souza Rocha da Silva, 19, o “Moita”, também morador em Itaporã.

Os três foram presos com um revólver calibre 38 em frente a uma casa no bairro Izidro Pedroso. A polícia suspeita que eles planejavam assaltar a residência, a mando de Jonya, no momento em que foram presos.

Na delegacia, os quatro acusados ficaram em silêncio. Durante a audiência de custódia, ontem à tarde, Jonya e Marcos afirmaram terem sido agredidos pelos policiais. Além de transformar o flagrante de todos os envolvidos em prisão preventiva, o juiz Luiz Alberto de Moura Filho mandou o Ministério Público e a Polícia Civil investigar a denúncia de agressão.

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