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Interior

Preso em reunião do PCC, brasileiro foi investigado pela execução de Rafaat

Maxuesle Rodrigues Andrade estava entre os 9 suspeitos, mas caso ficou sem solução

Helio de Freitas, de Dourados | 24/03/2021 15:54
O brasileiro Maxuesle Rodrigues Andrade, preso ontem na fronteira (Foto: Divulgação)
O brasileiro Maxuesle Rodrigues Andrade, preso ontem na fronteira (Foto: Divulgação)

Maxuesle Rodrigues Andrade, 38, um dos 14 integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) presos na noite de ontem (23) em Pedro Juan Caballero, teve o nome implicado em um dos casos policiais mais famosos linha internacional entre o Paraguai e Mato Grosso do Sul.

Em junho de 2016, o mineiro de Uberlândia foi um dos nove bandidos apontados pela polícia paraguaia como autores da execução do então “rei do tráfico” na linha internacional, o brasileiro Jorge Rafaat Toumani.

Bandido “das antigas”, Rafaat controlava a distribuição de drogas e armas na fronteira seca entre Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS) e não aceitava dividir o esquema com as facções brasileiras.

Investigações preliminares da época revelaram que o PCC e a facção carioca Comando Vermelho se uniram para custear o plano de execução de Rafaat, supostamente com apoio local de um antigo sócio dele, o também sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão (preso atualmente no presídio federal de Brasília).

O plano teria sido coordenado por Elton Leonel Rumich da Silva, o “Galã”, traficante procurado em território brasileiro e preso em fevereiro de 2018 quando fazia uma tatuagem na perna em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Na noite de 15 de junho de 2016, conduzido seu utilitário Hummer preto blindado, Rafaat voltava para casa após passar o dia em sua loja de pneus a poucos metros do território brasileiro.

Quando passava pelo centro de Pedro Juan Caballero, em ação cinematográfica que envolveu caminhonetes, armas pesadas e pelo menos 20 bandidos, o Hummer foi crivado por tiros de metralhadora calibre 50 com capacidade para derrubar até helicóptero.

Os tiros disparados da arma instalada na traseira de uma Toyota Hilux SW4 roubada na Argentina perfuraram a blindagem do utilitário e destroçaram a cabeça de Rafaat. Desde então, os criminosos travam guerra pelo controle da fronteira.

A polícia paraguaia apontou o brasileiro Jorge Lima dos Santos como responsável em operar a metralhadora. Ferido a tiros por seguranças de Rafaat, ele foi abandonado em um hospital do Paraguai e continua preso na capital Asunción.

Maxuesle em arquivo da Agepen (Foto: Reprodução)
Maxuesle em arquivo da Agepen (Foto: Reprodução)

Além dele, na época a Polícia Nacional apontou outros oito envolvidos no ataque, eles entres Maxuesle Rodrigues Andrade. Entretanto, o brasileiro nunca foi preso por esse crime no Paraguai. Em território brasileiro, ele aparece como réu em dez processos, em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, onde morou por um tempo em Paranaíba. Também já cumpriu pena no sistema penitenciário sul-mato-grossense.

Preso – Por volta de 19h de ontem, Maxuesle foi preso com outros cinco brasileiros e oito paraguaios durante reunião nos fundos de um lava-rápido em Pedro Juan Caballero, na Operação Fronteira Segura II, desencadeada pela Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) com apoio da Polícia Federal brasileira.

Ao meio-dia de hoje, os brasileiros foram expulsos do Paraguai e entregues à Polícia Federal. Imagens gravadas pela Senad mostram o momento em que Maxuesle é levado para a viatura.

Veja o vídeo:

Segundo a Senad, o grupo faz parte do nível médio-alto da facção brasileira e na reunião de ontem planejava assaltos a agências bancárias no Brasil e ataques a veículos de transporte de valores no Paraguai.

Weslley Neres dos Santos, o "Bebezão", 34, apontado como novo líder da facção brasileira na linha internacional, também foi preso no local. Os outros quatro brasileiros presos foram Bruno Cesar Pereira Bernardo, Alfredo Gimenes Larrea, Bruno Rafael Porto de Oliveira e Willian Meira do Nascimento.

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