Nomeação de bispo para 13 cidades de MS está entre primeiras tarefas de Leão XIV
Cargo está vago desde que papa Francisco autorizou uma transferência para Lins (SP)
Nomear o novo bispo que irá comandar a diocese de Jardim, em Mato Grosso do Sul, está entre as próximas tarefas do papa recém-eleito, Leão XIV.
RESUMO
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A diocese de Jardim, em Mato Grosso do Sul, aguarda a nomeação de um novo bispo pelo recém-eleito papa Leão XIV. A instituição, que abrange 13 municípios em uma área de 69,9 mil km², está sem liderança desde dezembro de 2024, quando dom João Gilberto de Moura foi transferido para Lins (SP). Um colégio de sete consultores, liderado pelo padre Daniel de Oliveira, administra temporariamente a diocese. A comunidade católica local espera um líder que compreenda os desafios regionais, incluindo questões indígenas e a implementação da Rota Bioceânica. A diocese de Jardim é uma das nove jurisdições católicas brasileiras que aguardam nomeações pelo novo pontífice.
A instituição religiosa responde pelo conjunto de igrejas católicas do próprio município e outros 12 localizados em 69,9 mil km² do Estado: Porto Murtinho, Bela Vista, Caracol, Jardim, Guia Lopes da Laguna, Nioaque, Bonito, Bodoquena, Miranda, Anastácio, Aquidauana e Dois Irmãos do Buriti.
O cargo está vago desde dezembro de 2024, quando o bispo dom João Gilberto de Moura foi transferido para a diocese de Lins (SP). A movimentação foi autorizada pelo papa Francisco, meses antes de sua morte, mas o substituto não foi escolhido a tempo.

O padre Gabriel Ribeiro faz parte do colégio de sete consultores eleitos para tomarem conta da diocese de Jardim enquanto a nomeação não vem. Ele explicou hoje (13) que não há data prevista para o atual pontífice fazer a escolha.
"Nós acreditamos que esse processo não deve demorar tanto porque algumas consultas já estavam acontecendo antes mesmo da morte do papa Francisco. Nós cremos que logo, com a graça de Deus, o Santo Padre deve nomear um próximo bispo para a diocese de Jardim", afirmou.
Dom João Gilberto já fez as três indicações a que tem direito. Elas são secretas.
O que esperam - O padre Gabriel Ribeiro diz que os católicos dos 12 municípios têm a expectativa de um nome compatível com a realidade regional que, além de ter fé, esteja inteirado de temas sociais, econômicos e culturais.
"O que pedimos a Deus é que venha para nossa diocese um bispo missionário, atento às realidades locais, com um senso profundo dos desafios dessa nossa região multifacetada, fronteiriça, com expressa presença dos povos indígenas, que tem o desafio de agora acolher boa parte da Rota Bioceânica, com muitas mudanças sociais e culturais acontecendo nesse processo", detalhou.
Em resumo, o novo bispo "deverá ser um homem atento às realidades do nosso tempo, capaz de diálogo e que goste, que ame a missão", ele finaliza.
Eleição - Entre os padres consultores há um "chefe" que reúne as funções de governo social e pastoral do bispo junto ao colégio dos outros padres.
O cargo temporário em Jardim está nas mãos de Daniel de Oliveira. Ele é padre da diocese de Lorena (SP) e missionário na diocese de Jardim há mais de oito anos.
Qualquer padre pode ser nomeado bispo. Antes de passar pelo papa, a decisão depende de consultas da nunciatura Apostólica feitas ao último bispo que presidiu a diocese e a outros bispos que servem em regiões próximas. Cada um pode indicar até três candidatos.
Apesar de parecer restrita, a eleição é um processo amplo, descreve o padre Gabriel. "É feito um escrutínio, uma consulta ampla a outros padres, a religiosos e a leigos que respondem ao questionário da nunciatura, que vai concluindo os processos para nomear ou não esses que foram indicados ou outros sobre dos quais ela já tem informações", finaliza.
Outras indicações - Segundo matéria publicada ontem (12) pelo Estadão, há oito dioceses e uma arquidiocese vacantes no Brasil esperando nomeações de bispos e arcebispo, respectivamente.
Fora Jardim, elas são a arquidiocese de Sorocaba (SP) e as dioceses de Nova Friburgo (RJ), Luziânia (GO), Uruguaiana (RS), Januária (MG), Campo Maior (PI), Teixeira de Freitas (BA) e Propriá (SE).
A escolha para essas cidades vai apontar tendências importantes na opinião do teólogo e historiador Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie entrevistado pelo jornal de São Paulo.
“O perfil do arcebispo vai indicar o tipo de igreja que o novo papa espera. O arcebispo é alguém de confiança e que representa a visão de mundo do papa”, ele diz.
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