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Interior

Saúde se engana e garoto com fratura terá que esperar 20 dias por consulta

Caroline Maldonado | 08/03/2016 09:01
Garoto está há três meses com braço quebrado em aldeia (Foto: Direto das Ruas)
Garoto está há três meses com braço quebrado em aldeia (Foto: Direto das Ruas)

O garoto indígena de 12 anos, que está com o braço direito quebrado há mais de três meses, não recebeu atendimento na Santa Casa, na última sexta-feira (4), conforme havia previsto a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena). O menino, da etnia Kadiwéu, é da Aldeia Alves de Barros, em Bodoquena, a 270 quilômetros de Campo Grande.

A secretaria justificou que os técnicos não sabiam que o setor de Ortopedia da Santa Casa recebe apenas pacientes de urgência e emergência, por isso o menino foi levado ao local em vão e agora aguarda uma consulta no CEM (Centro de Especialidades Médicas) de Aquidauana, marcada para daqui três semanas.

Na Santa Casa, casos de fratura ocorridas há muito tempo não entram pelo pronto-socorro e as consultas são apenas para quem recebeu o primeiro atendimento pela emergência e está fazendo retorno. A consulta com ortopedista deve ser solicitada pelo município, por meio do Sisreg (Sistema Nacional de Regulação) e o paciente é encaminhado para o Centro de Especialidades Médicas da região. 

O prefeito de Porto Murtinho, município que abrange a aldeia, informou que desconhece o caso e afirmou que é de competência da Sesai o atendimento aos indígenas. Já o prefeito Bodoquena, Jun  Iti Hada, cidade mais próxima, onde os índios da Alves de Barros têm acesso ao posto de saúde, disse que foi informado de que a situação já havia sido resolvida e o garoto recebia atendimento em Campo Grande. 

Nova data - Questionado sobre a informação anterior de que haveria consulta na Santa Casa, o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) da Sesai emitiu segunda nota, explicando a situação. "Devido ao paciente apresentar consolidação do local da fratura e por não se tratar de urgência/emergência, não houve o atendimento nesta ocasião". A consulta está agendada para dia 28 de março, às 6h, segundo o órgão.

"O paciente estuda na escola Lorenço Buckman em regime de internato, na cidade de Aquidauana. A família da criança é moradora da Aldeia Alves de Barros, atendida pelo Polo Base de Bodoquena. A EMSI (Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena) de Bodoquena realiza atendimento de atenção básica na aldeia e acompanha o caso", complementa a nota.

Caso - Três dias depois da queda que causou a fratura e atendimento no posto da cidade, no dia 16 de novembro de 2015, a família do garoto recebeu informação de que uma equipe da Sesai foi buscar o paciente, mas ele não estava na aldeia. Ocorre que os parentes afirmam não ter saído da comunidade e não terem visto nenhum veículo da Sesai por lá, naqueles dias.

Com o tempo, o osso do antebraço do garoto está calcificando e ele conta apenas com medicação oferecida pelo posto da aldeia ou pelo atendimento em Bodoquena. A Sesai garantiu, em nota enviada anteriormente, que fez o atendimento ao garoto, novamente, no dia 4 de dezembro, mas a família do menino não quis ficar na cidade para aguardar a vaga em hospital de Campo Grande. No entanto, o órgão não detalhou o porquê de não ter sido agendada nova consulta entre dezembro e fevereiro. 

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