"Sempre lutou pela família", diz irmã de mulher assassinada a facadas pelo filho
Rapaz de 21 anos fugiu, mas foi localizado nesta manhã pela Polícia Militar
Uma mulher bondosa, alegre e disposta a ajudar todos ao redor. Assim era Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos, encontrada morta a facadas na noite de ontem (3), nos fundos da casa onde morava em Glória de Dourados, cidade a 282 quilômetros de Campo Grande. O principal suspeito do crime, segundo a polícia, é o próprio filho dela, Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, que fugiu no carro da família, e foi preso nesta manhã.
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Michelly Rios Midon Oruê, de 47 anos, foi encontrada morta a facadas em Glória de Dourados (MS). O principal suspeito é seu filho, Alfredo Henrique Oruê dos Santos, de 21 anos, que foi preso após fugir no carro da família. Michelly era descrita como uma pessoa bondosa e alegre, sempre disposta a ajudar. A família se mudou para Glória de Dourados em busca de tratamento para Alfredo, diagnosticado com esquizofrenia e dependente químico. Segundo a irmã da vítima, Adriana Oruê, Alfredo tinha histórico de agressividade quando usava drogas. A polícia investiga as circunstâncias do crime.
A tragédia abateu uma família inteira. Quem conta sobre quem era Michelly é a irmã dela, Adriana Oruê, empresária em Sidrolândia. Em meio à dor, ela relembra a força da irmã e o quanto ela se dedicou à família - especialmente ao filho, diagnosticado com esquizofrenia e que fazia uso de drogas.
"Ela era uma irmã alegre, sempre fazia tudo por nós, cuidava da família, sempre lutou pela família. Uma irmã abençoada. Aqui em Sidrolândia era muito querida, não tinha tempo ruim, sempre estava pronta a ajudar todo mundo", disse Adriana, com a voz embargada.
Michelly foi encontrada por familiares por volta das 19h40, depois de um dia inteiro sem dar notícias. Preocupados, amigos e parentes foram até a casa, no Centro da cidade, e encontraram o corpo caído no quintal, com marcas de facadas. O marido da vítima estava fora da cidade, a trabalho.
A vítima estava sozinha com o filho, que, segundo testemunhas, apresentava comportamento agressivo quando usava drogas. Ainda não há confirmação oficial sobre o que teria motivado o crime.
Adriana conta que a irmã se mudou para Glória de Dourados justamente em busca de tratamento para o filho. “Minha irmã mudou por conta do Alfredo. Ele tem esquizofrenia e fazia uso de droga. Eles não se davam bem por conta desse problema que ele tinha. Ele tentou contra a própria vida em Sidrolândia, ficou internado uns 15 dias no hospital e depois foram embora para Glória. Chegou lá, provavelmente não continuou o tratamento”.
O último contato entre as irmãs foi dois dias antes da morte. “Na terça-feira falei com ela, disse que estava tudo bem, que ia levar ele no médico. Não sei se voltou a usar droga...”, contou Adriana.
Entre memórias dolorosas, ela lembra também de um gesto que salvou a própria vida. “Eu passei por um tratamento contra câncer de mama, estou curada graças a Deus, mas quem me levou para fazer o exame e descobrir tudo foi ela. Minha irmã era uma pessoa muito bondosa, corajosa. Ela não merecia uma morte dessas, mas Deus sabe de todas as coisas”.
Ainda em choque, a família evita apontar culpados. “A gente não sabe o que aconteceu lá. Não podemos dizer nada, porque não sabemos o que aconteceu”, disse Adriana. Em tom de alerta e lamento, ela conclui: “Que vocês coloquem que as mães e pais cuidem dos filhos, pois o caminho das drogas às vezes não tem volta".
Prisão - Alfredo Henrique fugiu com o carro da família, um Renault Logan. Ele foi localizado na manhã desta sexta-feira (4) pela Polícia Militar no Jóquei Clube, um bairro afastado e que fica na região leste de Dourados, cidade a 80 km de Glória de Dourados.
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