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Interior

Senha de ex-estagiário foi usada em MS para acessar ação de Cabeça Branca

Rastreamento mostrou que senha funcional foi usada em Ponta Porã e no território paraguaio; acusado namora filha de traficante

Helio de Freitas, de Dourados | 20/11/2017 17:53
Cabeça Branca fez cirurgias plásticas para mudar fisionomia; ele foi preso em julho (Foto: Divulgação)
Cabeça Branca fez cirurgias plásticas para mudar fisionomia; ele foi preso em julho (Foto: Divulgação)

A senha funcional do ex-estagiário da Justiça Federal preso hoje (20) em Londrina (PR) acusado de repassar informações sigilosas sobre o processo contra o narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o “Cabeça Branca”, foi usada para acessar o caso em diversos locais do Paraguai e do Brasil, entre os quais a cidade de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

Os investigadores suspeitam que o acusado, que é namorado da filha de Cabeça Branca, emprestou a senha do sistema para pessoas ligadas à quadrilha, apontada como uma das maiores organizações criminosas do país, especializada no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

Informações apuradas durante a investigação mostram que o ex-estagiário de direito acessou diversas vezes o sistema eletrônico que organiza os processos referentes à Operação Spectrum – responsável pela investigação dos criminosos – durante o período em que trabalhou na Vara Federal Previdenciária de Londrina e mesmo após pedir desligamento do estágio.

De acordo com a PF, o investigado deixou o trabalho espontaneamente em setembro. Entretanto, um mês depois foram registrados acessos em seu nome, inclusive feitos por computadores localizados em Catanduvas (PR), onde está uma penitenciária federal, em Ponta Porã e no Paraguai. O juiz federal Nivaldo Brunoni, que determinou a prisão temporária do ex-estagiário, afirmou que o acusado deve responder pelo crime de violação de sigilo funcional.

“Os acessos foram realizados em IP's [sigla em inglês para Protocolo de Internet] diferentes do IP de conexão interna da Justiça Federal. Isso chamou ainda mais a atenção sobre a situação e levou a autoridade policial a realizar uma série de diligências, que resultaram na identificação dos provedores dos IPs utilizados com a senha [do acusado]”, citou o magistrado.

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