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Interior

Traficante traiu Comando Vermelho e apoiou PCC em roubo cinematográfico

Informação atribuída a policiais da fronteira foi divulgada nesta quarta-feira por jornal carioca; traficante está preso no Paraná

Helio de Freitas, de Dourados | 21/11/2018 16:03
Prédio da Prosegur em Ciudad Del Este destruído durante assalto, em abril de 2017 (Foto: ABC Color)
Prédio da Prosegur em Ciudad Del Este destruído durante assalto, em abril de 2017 (Foto: ABC Color)

Isolado há dois dias em uma cela do Presídio Federal de Catanduvas (PR) após ser expulso do Paraguai, o narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, é acusado de trair o Comando Vermelho, e dar apoio ao PCC (Primeiro Comando da Capital), principal rival da facção carioca da qual o bandido faz parte há mais de duas décadas.

Citando informações de policiais da Linha Internacional entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, o jornal carioca Extra revelou nesta quarta-feira (21) que Marcelo Piloto deu apoio logístico à facção paulista no assalto cinematográfico à transportadora de valores Prosegur, em Ciudad Del Este, em abril do ano passado.

Policiais federais ouvidos pelo jornal afirmam que o traficante forneceu parte dos fuzis, da munição e dos explosivos usados na ação, na madrugada de 24 de abril de 2017. Naquele dia, pelo menos 40 assaltantes participaram do roubo de US$ 11,7 milhões (cerca de R$ 43,9 milhões).

O próprio Marcelo Piloto teria ajudado a colocar as armas e explosivos vindos da Bolívia e da Venezuela nos carros que fizeram o transporte de Pedro Juan Caballero até Ciudad Del Este.

Foragido da polícia do Rio de Janeiro, onde nasceu e iniciou sua vida no crime, Marcelo Piloto chegou ao Paraguai em 2012 como uma das principais lideranças do Comando Vermelho. Mas logo cresceu no submundo do tráfico e começou a trabalhar por conta própria.

Com fama de bom negociador, assumiu o controle das rotas que saiam de Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (MS) – a 323 km de Campo Grande e passou a enviar droga e armas para as favelas cariocas e para os bandidos da facção paulista.

Fontes do jornal carioca revelam ainda que a decisão do presidente do Paraguai Mario Abdo Benítez de expulsar Marcelo Piloto em tempo recorde pode ter sido influenciada por uma situação descoberta por agentes federais brasileiros

Os federais interceptaram conversas de traficantes ligados a Marcelo Piloto apontado para outro plano de resgate enquanto o bandido ainda estava preso em Assunción.

Pelo menos 25 bandidos teriam saído do Rio e seguido para a fronteira. O grupo ficaria hospedado na fazenda de outro traficante brasileiro, Irineu Domingo Soligo, o Pingo, que cumpre pena desde 2010.

O presidente paraguaio não fez referência ao caso e disse que decidiu pela expulsão após Marcelo Piloto matar uma jovem de 18 anos dentro da cela, no sábado (17).

No Brasil, existem 22 mandados de prisão contra Marcelo Piloto. Condenado a 26 anos por assalto e assassinato, possui ainda 28 anotações criminais por tráfico de drogas, roubo, formação de quadrilha, corrupção e homicídio.

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