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Cidades

Mecânico e funcionário do DPVAT forjam acidente e acabam autuados

Graziela Rezende | 15/11/2013 15:40

De supostas vítimas, um mecânico de motos e um funcionário de um escritório da DPVAT (Seguro de danos pessoais causado por veículos automotores de via terrestre), em Campo Grande, saíram da delegacia como autores de falsa comunicação de crime. O último, Júlio César Almeida Conceição, 22 anos, vulgo cotonete, recebeu voz de prisão, na noite de quarta-feira (13), após a Polícia descobrir que eles forjaram um acidente para tentar receber uma indenização.

Segundo a Polícia, somente neste ano, Celso Félix dos Santos, 22 anos, registrou três ocorrências inverídicas de acidente de trânsito na cidade, todas com a intenção de receber o DPVAT. Naquele dia, por volta das 22h18, seria uma nova tentativa. O acidente, no entanto, teria ocorrido no dia 27 de maio deste ano.

Ambos estavam com documentação da Santa Casa, além da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e o documento de uma moto preta Honda, modelo Pop 100. Júlio então informou que estava acompanhando Celso e que precisava registrar a ocorrência de um acidente com vítima de lesão corporal culposa, sendo que Celso estaria em seu veículo como garupa no dia dos fatos.

Na ocasião, Júlio disse que pilotava o veículo na rua Barra Mansa, quando ao chegar no cruzamento com a Eduardo Contar, no bairro Guanandi, um “individuo desconhecido, em uma motocicleta que ainda não foi identificada, teria avançado a parada obrigatória no cruzamento das vias e causado uma colisão com a motocicleta”.

Júlio garantiu que o homem fugiu sem prestar socorro e que ambos caíram e sofreram diversas escoriações, sendo que Celso teria fraturado o pulso direito. Eles comentaram que não aguardaram a chegada da Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) e que sozinhos se deslocaram ao hospital.

Intrigado com a versão dos suspeitos e principalmente pelo fato de apenas o garupa ter sofrido lesões, o investigador passou a consultar o cadastro dos envolvidos, constatando que as ocorrências 6402/2013, 9154/2013 e 11321/2013 já haviam sido registradas por eles. E o detalhe é que os fatos eram semelhantes, envolvendo sempre a mesma moto .

Questionados, ambos ficaram muito nervosos e então foram entrevistados separadamente. Celso confessou se envolver em um acidente, porém com outra motocicleta, sendo uma YBR Factor, cor preta, conduzida por um amigo da vitima, o qual na época dos fatos havia ficado com medo em responder processo por lesão corporal e por tal motivo se recusou em acompanhar a vitima até uma delegacia.

Em depoimento, Celso ainda disse que há um mês estava em sua oficina quando foi procurado pelo autor, que queria saber se ele “já havia dado entrada no Dpvat”. Ao responder que não, ele teria recebido uma proposta para ir a uma unidade policial e forjar um novo acidente, se apresentando inclusive como piloto do veículo na ocasião.

Indagado sobre o delito de falsa comunicação de crime, Júlio César comentou que trabalha no escritório Saad Dpvat, segundo a Polícia e que apenas “acompanhava” Celso para o recebimento de uma futura ação de indenização.

A vitima afirmou ainda, que apesar de não ter assinado nenhuma procuração dando poderes ao escritório onde o autor trabalha, já havia sido acordado que o mesmo receberia 70%. No mesmo dia, na 5ª D.P., compareceu o advogado Rodrigo Augusto Casadei (OAB 8571). Ele garantiu não saber dos fatos e então Júlio recebeu voz de prisão.

Segundo a delegada Cristiane Grossi, da 7ª Delegacia de Polícia, os investigadores já estão sabendo do aumento das falsas ocorrências, todas com a intenção de receber o seguro. "Estamos atentos a este tipo de crime e a pessoa pode até ser presa por isso. Assim que a suposta vítima informa de um acidente, todas as checagens necessárias são feitas", finaliza a delegada.

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