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Cidades

Moradores do Itamaracá reclamam de condições precárias

Redação | 05/12/2009 09:30

Não bastasse a violência com a qual os moradores do Jardim Itamaracá, em Campo Grande, têm convivido, a situação no bairro rende uma lista de reivindicações.

Poucas casas e muitos terrenos baldios, quase nenhuma iluminação pública e até falta de água encanada para várias residências, formam o cenário no qual, apenas no mês passado, houve quatro assassinatos.

"Não temos sequer água encanada", reclama o serralheiro João Pedro do Nascimento, de 51 anos, que mora no bairro há 14 anos. Ele conta que procurou a concessionária responsável pelo serviço várias vezes, mas foi informado de que precisaria pagar "uma taxa de R$ 1.830,00 para que a rede passasse na frente de casa", afirma.

"Aonde é que um cara vai conseguir pagar R$ 1.830,00 para colocar água em casa", diz indignado. Sem dinheiro para isso, o morador recorreu a um poço.

Para piorar a situação, o barro em dias de chuva torna quase impossível o acesso à outras regiões e até ao transporte coletivo. Já os terrenos baldios assustam diante de um surto de dengue que atinge Campo Grande.

Drogas - Sem um espaço de lazer ou projetos na região, outra reclamação no bairro é a grande quantidade de dependentes químicos que vivem pelas ruas. "Tem noite que a gente não consegue dormir, ficam uns seis fumando e rondando a casa", afirma João.

Para se prevenir de imprevistos, ele chegou a instalar alarmes nas portas da casa, onde vive com a esposa e a filha.

Sem opções de lazer, um adolescente de 13 anos conta que sai de casa apenas para ir à igreja.

Quanto aos crimes no bairro, ele diz que já aprendeu a conviver com a violência. Na semama passada, o garoto "furtava" jacas justamente na casa onde um homem foi encontrado morto.

Com 56 anos, uma moradora que não quis se identificar reclama que os terrenos baldios com mato alto deixam a área perigosa. Segundo ela, o agravante é que esses locais acabam sendo utilizados por viciados para usar drogas.

Crimes - No dia 26 de novembro, Ananias Francisco de Matos, de 44 anos, foi encontrado morto no Itamaracá. A suspeita da Polícia, que já identificou o autor do crime, é que tenha sido um acerto de contas.

Dois dias antes, Hugo Gouveia Dias Cabral, de 48 anos, também foi morto no local. Desta vez, em crime provocado por uma dívida de drogas.

Os dois casos ocorreram em apenas uma semana, somando quatro assassinatos no bairro no mês de novembro.

A região não é considerada crítica em relação a bocas-de-fumo, segundo a Denar (Delegacia de Combate ao Narcotráfico). Bairros como a Vila Nhá-Nhá, por exemplo, costumam registrar mais pontos de comércio de entorpecentes.

Para os moradores, a explicação é que a falta de infra-estrutura enfrentada no local acaba sendo um agravante para a violência.

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