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Cidades

Novo administrador da Funai assume com discurso da paz

Redação | 30/12/2008 11:15

Com o compromisso de agilizar as demarcações de terras indígenas na região de Miranda, Jorge Antonio das Neves tomou posse hoje como novo administrador da Funai (Fundação Nacional do Índio) da região nordeste de Mato Grosso do Sul.

Em seu discurso de posse, na sede da Funai em Campo Grande, Neves defendeu administração mais transparente e deve usar como exemplo o modelo indicado pelo TCU (Tribunal de Contas da União) que incorpora a participação de uma comissão indicada para acompanhar os tramites burocráticos da administração.

A declaração foi resposta a exoneração do ex-adminsitrador, Claudionor Miranda, que perdeu o cargo por suspeita de irregularidades na aplicação de dinheiro público.

O novo administrador assume com compromissos dificeis, diante das polêmicas portarias do órgão publicadas neste ano. Quer conquistar a confiança dos indígenas e ainda reconstruir a imagem da Funai diante da sociedade. "Tenho o compromisso de desfazer essa imagem negativa que a Funai obteve diante da sociedade", disse se referindo aos conflitos entre índios e fazendeiros na disputa por terras no Estado.

Na sua avaliação, a exoneração do Claudionor Miranda do cargo de administrador da fundação na capital no mês passado, refletiu de forma negativa na sociedade.

Apesar de não ser indígena, o novo administrador conta com sua experiência em funções dentro da Funai para fazer uma administração sem conflitos, construindo um bom relacionamento entre indígenas e proprietários de fazendas.

Ao longo dos anos, Jorge assumiu funções que aproximaram ele da comunidade indígena. Foi assistente administrativo da Funai por 28 anos e chefe de posto da Aldeia Buriti, localizada em Dois Irmão do Buriti, onde conviveu com os indígenas por 12 anos.

Nos últimos meses, conflitos entre indígenas da região de Miranda, onde está localizada a aldeia Cachoeirinha, e fazendeiros, ganhou destaque após o anúncio da portaria da Funai que autorizou estudos na região para criação de novos territórios indígenas.

Com um discurso "político" e cauteloso, Jorge defende o pagamento de indenizações a fazendeiros como forma de solução justa para questão das demarcações no Estado. "Os fazendeiros querem dinheiro", simplificou.

Na avaliação dele os donos de terras também são vitimas da situação por terem comprado terras e recebido títulos concedidos pela União.

Sobre a atuação da Funai em favor do índios, Jorge disparou com criticas sobre as declarações do deputado Estadual Waldir Neves (PSDB) que pediu a extinção da fundação. "O Neves é um louco. Em seu primeiro mandato foi eleito com votos de indígenas. Ajudei quando se elegeu a deputado estadual pedindo voto na Cachoeirinha", criticou.

O discurso de Waldir ganhou destaque depois que o governador André Puccinelli (PMDB) também "pediu" a extinção do órgão. Sobre as declarações do governador, Jorge disse que ele pouco sabe sobre os indígenas. "O governador só vai nas aldeias em época de eleição, coloca cocar e se diz amigo dos índios. Ele deveria ter mais respeito com esse povo que tem muita admiração por ele', criticou.

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