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Cidades

Novo bispo afirma que se empenhará também na resolução de questões sociais

Paula Vitorino | 08/07/2011 10:40

Dom Dimas assume arquidiocese neste domingo. (Foto: João Garrigó)
Dom Dimas assume arquidiocese neste domingo. (Foto: João Garrigó)

A dois dias da posse oficial como arcebispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa afirma que não pretende levar somente questões ligadas à Igreja Católica do Estado para debate nacional, sempre que houver a oportunidade, mas também temas sociais que envolvem o Mato Grosso do Sul.

Dom Dimas além de representar a Capital, também é presidente da comissão de Comunicação Social da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), vice-presidente do Celam (Conselho Episcopal Latino-americano).

Nesta sexta-feira (8), na sede da arquidiocese, ele falou à imprensa pela primeira vez na posição de bispo sobre diversas questões ligadas ao Estado e a Igreja.

Um dos pontos destacados pelo novo bispo foi a questão indígena, que envolve disputa de terra com proprietários rurais em vários municípios do Estado. Ele foi enfático ao dizer que “em Dourados existem problemas sérios que precisam ser resolvidos e as coisas não estão sendo feitas. O Estado precisa assumir as suas responsabilidades”.

Sobre o envolvimento de Igreja e política, Dimas deixa claro que fazer “política partidária não é missão da Igreja”. Para ele, a religião deve incentivar o voto e criar meios para conscientizar a comunidade sobre as questões políticas.

Dom Dimas destacou a atuação dos católicos em questões como a votação do projeto da ficha limpa e do código florestal. “O abaixo-assinado para o ficha limpa começou na igreja do Rio de Janeiro, com o apoio da comunidade chegamos até o Congresso. O código florestal é outra questão que acompanhamos, mas muitos pontos no projeto foram equivocados”, diz.

Sexualidade e casamento - Questionado sobre sua opinião a respeito da união de homossexuais, aprovada recentemente pelo STF (Supremo Tribunal Federal), Dom Dimas preferiu ser cauteloso.

“É um tema que precisa ser discutido com um pouco mais de seriedade e um pouco menos de paixão”, afirma.

Ele frisa que o assunto não deve prejudicar a democracia, seja das partes contrárias ou favoráveis a questão. “A lei da homofobia é algo também que precisa ser discutido. Todos merecem respeito, mas é incoerente dizer que uma pessoa que não aprove a união homossexual não possa manifestar sua opinião sem o risco de ser preso por até dois anos”, alerta.

Para Dom Dimas, a homossexualidade ainda é uma questão sem respostas até para a ciência e que precisa ser discutida sem preconceitos. No entanto, ele destacou que o conceito de matrimônio é um só e que isso não deve ser esquecido.

“A união estável é uma coisa. As pessoas podem se unir, morar juntas. Mas o matrimônio na própria constituição tem suas características”, explica.

Mas o novo arcebispo destacou que o principal ponto a se valorizar é o respeito mútuo nos relacionamentos. “A sexualidade não pode ser tratada como uma coisa qualquer. O próximo deve ser tratado com respeito”, diz.

Nova liderança - Após assumir a arquidiocese, Dom Dimas irá dividir o tempo entre os três cargos que está a frente e adiantou que pretende formar multiplicadores para ajudarem nas missões.

Até ao menos dezembro as lideranças das pastorais e das Paróquias da arquidiocese devem continuar, mas em novembro está prevista uma assembléia para definir os novos rumos em 2012.

Neste domingo, Dom Vitório Pavanello passará o báculo de arcebispo ao seu sucessor Dom Dimas. A celebração acontece durante a Missa de Posse, neste domingo (10), às 9h, no Poliesportivo Dom Bosco.

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