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Cidades

Para Sindicato, falta valorização do médico nos setores público e privado

Nadyenka Castro | 10/09/2012 08:38

Valores pagos e condições de trabalho fazem que o profissional opte por não atender no interior e ter mais espaço na agenda para quem paga no ‘cash’

Marco Antonio Leite, presidente do Sinmed explica a situação dos médicos no País.
Marco Antonio Leite, presidente do Sinmed explica a situação dos médicos no País.

Falta de valorização dos médicos tanto na rede pública quanto pelos convênios. Para o Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso Sul) é isso que faz os profissionais ‘fujirem’ do setor público, do interior e também optarem em ter mais espaço na agenda para quem paga no ‘cash’. “O setor público e o privado são duas situações que se confluem para um problema só”, resume o presidente do Sinmed, Marco Antonio Leite.

Em relação ao setor público, ele reafirma o que os gestores dizem: “Há falta de financiamento na saúde”. Por conta disso, as condições de trabalho não são as ideiais, desde instalações, passando pela quantidade de atendimento até os materiais a serem utilizados. Entra nessa situação também a remuneração, principalmente em cidades do interior.

Os médicos pedem plano de carreira, mais profissionais e compromisso das prefeituras do interior. “Muitas vezes o contrato é só verbal. Oferece salário alto, paga os primeiros meses, depois atrasa, depois paga metade e aí não paga mais”, diz Marco Antonio. Por causa disso, são poucos os que se arriscam em pequenas cidades.

Em relação às reclamações sobre pediatria e ortopedia, o presidente do Sindicato fala que há “desinteresse dos médicos”. “O pediatra atende a inúmeras consultas. Especialidade que denota muita dedicação, que tem que ser valorizada”, justifica.

Para dar mais agilidade aos atendimentos em unidades de pronto-atendimento, a sugestão do clínico-geral é contratar mais médicos e investir em prevenção. “Saneamento básico, educação sanitária, prevenção à doenças e à acidentes”.

Convênios e particular - Marco Antonio explica que nos últimos 10 anos aumentou muito a quantidade de convênios e consequentemente o número de pessoas associadas. Mas, a quantidade de médicos credenciados não acompanhou esse crescimento em função do valor repassado por consulta aos profissionais.

“Tem plano de saúde que cobra R$ 30. Desse jeito não tem condições de cobrir a consulta médica. Eles [planos] vão inchando e ficam sem estrutura”, fala. Há muita gente conveniada para pouco médico. E aí está um dos porques quem tem convênio constantemente tem que esperar dias e dias para marcar consulta. “Houve o inchaço dos plano sem ampliação da rede de atentimento”, define Marco Antônio. “O lucro deles é grande e não repassam ao médico”.

Por causa desta situação tem ocorrido “debandada” de médicos do setor de convênios. “Tem médico que só está atendendo particular”.

Por causa desta situação e de diversos movimentos da classe, os repasses aos médicos têm melhorado, mas ainda não é o ideal para a categoria.

Em relação a dificuldade para autorização de procedimentos, na avaliação do Sinmed isso acontece porque há alguns que têm custo muito alto e aí, sem saída, o paciente busca a Justiça ou corre para a rede pública.

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