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Cidades

Pela 2ª vez na semana, Tio Arantes “é preso” em operação contra PCC

Além de ser alvo de operação do Gaeco na terça-feira, apontado como líder da facção em MS também está na mira da Polícia Civil de SP

Anahi Zurutuza e Geisy Garnes | 14/06/2018 14:38
Viatura da Polícia Civil de São Paulo deixando o presídio de segurança máxima de Campo Grande (Foto: Saul Schramm)
Viatura da Polícia Civil de São Paulo deixando o presídio de segurança máxima de Campo Grande (Foto: Saul Schramm)

Pela segunda vez nesta semana, José Cláudio Arantes, o líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) em Mato Grosso do Sul, é alvo de operação cujo objetivo e desarticular a facção criminosa. Contra ele foi expedido mandado de prisão preventiva nesta quinta-feira (14).

Tio Arantes foi alvo da Operação Paiol, comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), na terça-feira (12).

O criminoso também está na mira da Polícia Civil de São Paulo, que deflagrou hoje a Operação Echelon hoje em 14 estados brasileiros.

A ação com objetivo de “prender” 75 integrantes do PCC colocou outras seis lideranças na facção na lista de mandados.

De acordo com o delegado do Dise (Divisão de Investigações Sobre Entorpecentes) de SP, Celso Marques Caldeira, no Estado, são alvos da operação além do detento da penitenciária federal, Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, internos do presídio de segurança máxima de Campo Grande, do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, na PED (Penitenciária Estadual de Dourados) e da cadeia de Naviraí. Também há mandados de busca e apreensão em Coronel Sapucaia e Nova Andradina.

O Campo Grande News apurou com servidor do sistema carcerário estadual que na PED, Tio Arantes é o alvo. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou, por meio da assessoria de imprensa, apenas que este tipo de informação é mantida em sigilo.

Delegados Celso Marques Caldeira (à esquerda) e Fábio Peró falam sobre a operação (Foto: Geisy Garnes)
Delegados Celso Marques Caldeira (à esquerda) e Fábio Peró falam sobre a operação (Foto: Geisy Garnes)

Operação Echelon – Após 12 meses de investigação, foi descoberto como a cúpula do grupo mantinha contato com bandidos em outros Estados, atuando nos tráficos de armas e drogas.

A polícia foi acionada quando pedaços de manuscritos foram encontrados nos esgotos do Presídio de Segurança Máxima de Presidente Venceslau (SP) por agentes penitenciários. Após a identificação de sete líderes da organização, a equipe policial descobriu a existência da célula “Sintonia de Outros Estados e Países”.

O grupo investigado, ainda segundo a Polícia Civil de São Paulo, é responsável por acirrar a disputa de facções no Brasil, além de envolvimento em homicídios e desaparecimentos de pessoas.

No primeiro semestre deste ano, pelo menos seis pessoas foram julgadas pelo "tribunal do crime" do PCC e condenadas à morte em Mato Grosso do Sul, três pessoas foram decapitadas.
Echelon significa "atacar em ondas".

Tio Arantes, quando foi preso por tráfico de drogas em abril de 2016, no bairro Zé Pereira (Foto: PM/Divulgação)
Tio Arantes, quando foi preso por tráfico de drogas em abril de 2016, no bairro Zé Pereira (Foto: PM/Divulgação)

Tio Arantes – José Cláudio Arantes, de 63 anos, cumpre pena em Dourados, por envolvimento em assalto a bancos em Campo Grande no ano passado.

Segundo as investigações do Gaeco, que começaram em 2017, Arantes continuava comandando crimes de dentro da penitenciária e dando ordens para as ações da facção, afirmou ao Campo Grande News a promotora Cristiane Mourão, chefe da “tropa de elite” do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul).

A Operação Paiol investiga crimes de organização criminosa, tráfico de drogas, roubo, tráfico de armas e lavagem de dinheiro.

Arantes é considerado um dos líderes mais antigos e poderosos da facção, que comanda o tráfico de drogas e outros crimes de dentro dos presídios brasileiros, em Mato Grosso do Sul.

Tio Arantes foi um dos líderes da maior rebelião da história do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande, ocorrido em maio de 2006.

No "currículo" há ainda uma suposta ligação com o traficante Luiz Fernando Correa da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

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