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Cidades

PM entra em área ocupada com bombas e bala de borracha

Redação | 17/05/2010 15:10

A Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) invadiu há pouco a área ocupada pelos índios terena em Miranda, com bombas de efeito moral e balas de borracha. Alguns índios, a cavalo, entraram em confronto com os policiais militares.

Venceu às 16h prazo dado pela Polícia Federal para as famílias desocuparem pacificamente a fazenda Petrópolis, em Miranda. Quando a PF chegou à porteira da propriedade, se deparou com mais de mil índios terena, a maioria com rostos pintados, prontos para resistir ao despejo imposto pela Justiça Federal.

Apesar do confronto dentro da área ,a Polícia Federal acompanha a metros de distância, na rodovia.

Faltando 15 minutos para às 16 horas, os índios começaram uma reunião, mas decidiram que vão permanecer no local.

O delegado Alcídio Araujo tentou convencer o grupo sobre a importância da retirada pacífica. "Não compete mais à Polícia ou a comunidade. Recuo não quer dizer derrota", argumentou o delegado, que recebeu como resposta um coro: "não vamos sair".

Os caciques falam em um número bem maior de pessoas no local, quase o dobro do estimado pela Polícia. "A terra é reconhecida como dos índios, não queremos briga, mas vamos ficar. Não tem negociação. Todo mundo acertou que desta vez não tem como deixar a terra. Estão unidos, mais de 1.8 mil pessoas, dispostas a enfrentar", disse chorando o cacique terena Juarez Fonseca.

A comunidade que vive na aldeia Cachoeirinha, ao lado da propriedade ocupada desde outubro do ano passado, engrossou hoje a manifestação na BR-262, fechada desde às 5 horas desta segunda-feira.

Ao receberem a notícia de que a Polícia Federal estava a caminho, para garantir cumprimento do mandado de reintegração de posse, os índios se reuniram em um grande circulo e começaram uma oração, pedindo força para resistir ao despejo.

Depois da reza, a comunidade começou danças e cantos como preparação para enfrentar a força policial, explicaram lideranças que dizem que só vão falar com a imprensa após os rituais.

Uma equipe da Funai também está na área, a 205 quilômetros de Campo Grande. Muitas crianças , inclusive, estão no local, um motivo extra para preocupação da Funai, que teme confronto. "Os índios estão convictos que não vão sair", diz o servidor do órgão, Jorge das Neves.

Por volta das 12h, quase 100 homens da Polícia Federal e da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) seguiram para o trecho fechado na rodovia.

O mandado de reintegração saiu há mais de duas semanas, mas os índios ainda esperavam julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal) de recurso contra a retirada.

Em dezembro, o TRF-3 já havia suspendido a reintegração de posse na fazenda, após pedido do Ministério Público Federal.

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região reformou decisão do desembargador federal Luiz Stefanini, por considerar que os terena ainda disputam judicialmente a posse da terra com a família Pedrossian.

Mas neste mês, nova decisão da Justiça Federal determinou a saída imediata.

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