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Cidades

Por falta de linhas de transmissão, MS fica exposto a novo apagão

Lidiane Kober | 05/02/2014 16:46
Em Mato Grosso do Sul, não faltam linhas de transmissão, mas problema nacional afeta o Estado (Foto: Marcos Ermínio)
Em Mato Grosso do Sul, não faltam linhas de transmissão, mas problema nacional afeta o Estado (Foto: Marcos Ermínio)

O apagão, registrado ontem (4) em sete municípios de Mato Grosso do Sul, pode se repetir por falta de linhas de transmissão. O obstáculo, segundo o consultor em energia Jenner Ferreira, é trazer a energia do norte do País para abastecer as regiões centro-oeste, sul e sudeste.

“A região norte tem maior capacidade de armazenamento de água. Aqui, no sul e no sudeste os reservatórios não enchem e não temos linhas de transmissão suficientes no Brasil para abastecer o sistema interligado”, explicou o consultor.

Operador Nacional do Sistema, o ONS reconheceu que a pane, que afetou 3,5 milhões de consumidores, foi causada por uma falha, ocorrida às 13h04, na linha de transmissão entre as regiões norte e sudeste do País. O problema ocorreu entre Colinas e Serra da Mesa, interrompendo um fluxo de 5 mil MW para as regiões afetadas.

“Ocorreu o mesmo que acontece em uma residência, quando a energia cai em momento de pico de consumo, ou seja, se precisou de mais energia em determinada hora de sobrecarga e a luz caiu por não ter de onde tirar”, comparou o consultor.

Para sanar o problema, conforme Jenner, além de investimentos, é necessário desamarrar leis ambientais. “Acontece de usinas ficarem prontas e não terem linhas de transmissão para passar em áreas de preservação ambiental, porque a legislação proíbe desmatar”, comentou.

Ele fez questão de frisar não ser contrário aos ambientalistas, mas ressaltou sobre a necessidade de serem apresentadas alternativas para driblar o problema, principalmente, diante do risco de novos apagões.

Geração – O consultor destacou ainda que a capacidade de geração de energia no País não é obstáculo e, inclusive, é superior ao consumo. “Hoje, por ano, usamos em média 85 mil MW e temos capacidade para atender demanda de 120 mil MW”, detalhou.

Mato Grosso do Sul também gera mais do que consome, informou Jenner. “Usamos algo em torno de 85% da nossa capacidade de produção”, calculou. “Mas de nada adianta ser um bom gerador se na prática isso não muda nada por causa do sistema interligado de energia”, explicou.

Ainda sobre a situação no Estado, o consultor disse que aqui não faltam linhas de transmissão, porém, voltou a enfatizar que isso de nada adianta novamente pelo fato da interligação do sistema.

Por causa do apagão, segundo a Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul), ficaram sem energia consumidores de Campo Grande, Miranda, Bodoquena, Dois Irmãos do Buriti, Aquidauana, Bonito e Anastácio. A pane ocorreu das 13h03 às 14h57.

Na Capital, o problema afetou apenas 4% dos consumidores (17,2 mil) localizados nos bairros situados na saída para Sidrolândia, como União, Coophavila 2 e Bom Jardim. No Estado, 84.748 dos 839 mil clientes da Enersul foram prejudicados.

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