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Cidades

Por unanimidade, STF decide que Neneco será extraditado do Brasil

Priscilla Peres | 27/08/2015 11:25
Extradição foi julgada em maio e confirmada pelo STF ontem. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Extradição foi julgada em maio e confirmada pelo STF ontem. (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu ontem, por unanimidade, que o ex-prefeito da cidade paraguaia de Ypejhú, Vilmar Acosta Marques, deve ser extraditado. Entre os 23 crimes atribuídos a ele, Neneco é acusado de ser o mandante de um duplo homicídio em 2014, que matou um jornalista e sua assistente.

Neneco está preso no Brasil e em maio, durante audiência de extradição na Justiça Federal, em Campo Grande, ele alegou que se tivesse que voltar para o Paraguai seria morto. “Eu sofro muita pressão pelo partido da oposição. Vou ser morto se voltar ao Paraguai”, declarou ele na época.

Para garantir que ele ficasse no Brasil, sua defesa tentou provar que Vilmar Acosta é brasileiro, mas o relator do processo, o ministro Dias Toffoli, afirmou que os crimes não possuem conotação política e que não há comprovações verdadeiras de que Neneco tenha nascido no Brasil.

De acordo com os autos, o extraditando possui dois registros de nascimento, um lavrado no Paraguai e outro no Brasil. Segundo o ministro Dias Toffoli, o juízo da Vara Única da Comarca de Sete Quedas (MS), ao deferir antecipação de tutela em ação ajuizada pelo Ministério Público estadual, cancelou o assento de nascimento do extraditando no Brasil. “Como os dois registros apontam que o extraditando nasceu na mesma data, em ambos os países, a impossibilidade lógica e material de sua coexistência é manifesta”, disse o relator.

Neneco é acusado de cometer 23 crimes. (Foto: ABC Color)
Neneco é acusado de cometer 23 crimes. (Foto: ABC Color)

O relator afirmou ainda que há nos autos inúmeros outros elementos de prova que reforçam a convicção de que o extraditando nasceu no Paraguai, onde inclusive foi vereador e prefeito.

Crimes - Neneco foi preso em março deste ano na cidade de Caarapó pela Polícia Civil e, desde, então está uma das celas da Polícia Federal em Campo Grande. Ele é apontado como mandante da morte do jornalista do veículo paraguaio ABC Color, Pablo Medina, e da mulher que estava com ele em outubro do ano passado. Neneco também é considerado pela polícia o maior traficante internacional de drogas e contrabandista da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

Neneco era prefeito de Ypejhú e foi expulso do partido após ter sido apontado como mandante da morte do jornalista. Pablo Medina era repórter investigativo e estava fazendo uma série de matérias sobre o envolvimento de políticos no narcotráfico e apontou Neneco com um dos principais traficantes de droga da região.

O Jornal ABC Color compara o ex-prefeito ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar Gaviria, que em determinado momento da carreira de crime entrou para a política.

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