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Cidades

Projeto pretende realizar sonhos de crianças e adolescentes

Vinícius Squinelo | 19/11/2013 23:24

O Tribunal de Justiça de MS, por meio da Coordenadoria da Infância e da Juventude de MS (CIJ), estabeleceu uma nova parceria que está alcançando crianças de sete instituições de acolhimento na Capital: o Projeto Guarda Sonhos. Com a proposta, pretende-se realizar os sonhos transformadores na vida de crianças e adolescentes que vivem nestas instituições.

Foi criado o site www.guardasonhos.com.br para divulgação do desejo de 97 crianças e jovens que expressaram seus sonhos. Na prática, são meninos e meninas que dependem de padrinhos para ter seus desejos realizados.

Entre os que ainda não foram apadrinhados está Jeremias, de 13 anos, que gostaria de ter uma casa para voltar a morar com a família, conhecer um parque aquático e ter um dia só para ele no playland de um shopping da Capital. Outro a contar seu desejo é Emanuel, que quer conhecer a Disneylândia.

Assim como esses jovens, em textos sucintos, outros escreveram seus nomes, idades e o que mais desejam e tudo foi disponibilizado na página do projeto. Desta forma, quem se dispuser a realizar um destes sonhos, transformando a vida de quem aparentemente não tem mais esperança, pode fazer isso preenchendo o cadastro e contatando os responsáveis.

De acordo com a psicóloga da CIJ, Rosa Pires Aquino, muitos sonhos já estão sendo realizados como, por exemplo, bolsa em escola de futebol, dia de diversão para uma irmã, bolsa de estudo em escola particular, aparelho multiplayer (conhecido como MP4), brinquedos, padrinho para passar férias na praia, aulas de violão, curso de fotografia, ajuda jurídica para mãe biológica que está presa, enfim, sonhos impossíveis para as crianças e adolescentes, mas completamente realizáveis para quem se dispõe a fazê-lo, como forma de dividir amor.

“Na verdade, a ideia surgiu em razão de outra proposta que desenvolvemos: o projeto Minha História, Minha Vida, que visa propiciar a interação da criança e do adolescente em situação de acolhimento com o mundo que os cerca. O que nos preocupa é a falta de individualidade e, por meio do Minha História, Minha Vida, tencionamos resgatar suas histórias de vida, permitindo que elaborem a vivência de afastamento de suas famílias”, explica Rosa.

Saiba mais - Para quem não conhece, o projeto piloto do Minha História, Minha Vida foi implantando em Campo Grande em maio de 2013 e atualmente atende 76 crianças e adolescentes de sete instituições de acolhimento por meio das atividades de 55 voluntários que se dividem nos abrigos beneficiados pelo projeto. Os voluntários desenvolvem um trabalho com literatura infantil, na tentativa de responder indagações relacionadas às histórias de vida dos menores acolhidos.

Quem sou? Quando nasci? Quando é meu aniversário? Por que tenho tantos irmãos? Quem são meus amigos? Essas e outras perguntas fazem parte do dia a dia das crianças e adolescentes que chegam às instituições com pouca história.

Duas capacitações foram realizadas em abril de 2013 na preparação dos voluntários com profissionais do Instituto Fazendo História, de São Paulo. Capacitados, os voluntários trabalham com as crianças histórias infantis, brincadeiras lúdicas, entre outras metodologias, pelo menos uma vez por semana, durante uma hora.

Ao final de um ano, espera-se que a criança ou adolescente fale e escreva sobre sua história de vida, entendendo que são únicos, que cada um é diferente do outro, e deem nova significação à sua história pessoal, porque mesmo que as instituições de acolhimento sejam locais de passagem, a vida de muitas crianças e adolescentes são reorganizadas.

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