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Cidades

Raquel Dodge defende que André fique preso e STF avalia troca de ministro

Procuradora-geral enviou manifestação “preventiva” ao STF; pedido de liberdade estava nas mãos de Toffoli, mas agora presidência analisa se há vínculo com processo que fez Amorim e Giroto voltarem para a prisão

Anahi Zurutuza | 01/08/2018 14:31
Raquel Dodge, durante abertura do Seminário Internacional de Execução Penal no dia 18 de junho (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Raquel Dodge, durante abertura do Seminário Internacional de Execução Penal no dia 18 de junho (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou nesta quarta-feira (1º) manifestação contrária ao habeas  corpus apresentado pelo ex-governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, o seu filho, André Puccinelli Júnior, e o advogado João Paulo Calves, ao STF (Supremo Tribunal Federal).

No texto, a procuradora argumenta que pedidos de liberdade semelhantes foram negados pelo TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região e pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça). Ela destaca que “decidiu agir preventivamente, em razão da gravidade do caso”, ou seja, antes de uma decisão liminar.

Raquel Dodge alega ainda que a decretação das prisões preventivas pela Justiça Federal em Campo Grande teve como fundamentos “razões concretas que, inclusive, foram ressaltadas nas decisões que negaram a suspensão das ordens”, conforme divulgou a PGR, via assessoria de imprensa, no início da tarde desta quarta-feira (1º).

“Foram considerados fatos como a descoberta de que, mesmo quando estavam sujeitos a cautelares diversas da prisão, os investigados praticaram crimes, com destaque para a lavagem de dinheiro. Também foi identificada movimentação dos envolvidos com o propósito de ocultar provas”, diz a nota.

Sede do STF em Brasília (DF), que decidirá futuro de Puccinelli (Foto: Dorivan Marinho/STF/Divulgação)
Sede do STF em Brasília (DF), que decidirá futuro de Puccinelli (Foto: Dorivan Marinho/STF/Divulgação)

Troca de ministro - O pedido de habeas  corpus em favor de Puccinelli, do filho e de Calves está na mesa do ministro Dias Toffoli, mas também nesta quarta-feira, a Secretaria Judiciária da Corte o enviou para que a presidente do STF, ministra Carmem Lúcia, decida se não é o caso de redistribuir o processo para Alexandre de Moraes.

O mais novo ministro do Supremo seria o “relator natural” do HC, uma vez que também estão nas mãos deles outras ações relacionadas à Operação Lama Asfáltica.

Foi inclusive pela caneta de Moraes que o empresário João Alberto Krampe Amorim dos Santos, dono da Proteco Construções, e o ex-deputado federal e ex-secretário de Estado de Obras, Edson Giroto, tiveram de voltar para a prisão.

Na Justiça - Para conseguir as prisões preventivas de Puccinelli, de Júnior e de Calves, o MPF (Ministério Público Federal) defende a ideia de que o Instituto Ícone funciona como uma “poupança de propinas”.

A acusação, baseada no trabalho da força-tarefa da Lama Asfáltica –PF, MPF e CGU (Controladoria-Geral da União)–, é de que o dinheiro público desviado e destinada ao ex-governador era repassado ao instituto, que apesar de superavitário, não remunerava com mesmo vigor financeiro Calves, seu único dono. O advogado seria “testa de ferro” de Júnior, também jurista.

Em resumo, o MPF alega que as prisões são necessárias por suposta continuidade da lavagem de dinheiro e ainda que Puccinelli estaria ocultando provas em uma quitinete, no bairro Indubrasil, que foi vasculhada pela PF em 8 de dezembro do ano passado.

A defesa dos três investigados, agora encabeçada pelo advogado de Brasília (DF) Cezar Bitencourt, sustenta no novo habeas corpus na existência de suposto complô para acabar com a pretensa candidatura dele.

Lama Asfáltica - André, o filho e o advogado estão presos há 12 dias. No dia 20 de julho, eles foram alvos de mais uma fase da Lama Asfáltica, operação que investiga esquema de desvio de recursos públicos considerado pelo MPF de dimensão incalculável.

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