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Cidades

Recusa das famílias sobre doação de órgãos é de 54% em MS

Percentual caiu em 20 pontos desde 2016, mas ainda é considerado alto

Mirian Machado | 27/09/2018 11:16
Apenas um doador pode salvar até 25 vidas com a doação de órgãos e tecidos (Foto: Arquivo/Campo Grande News)
Apenas um doador pode salvar até 25 vidas com a doação de órgãos e tecidos (Foto: Arquivo/Campo Grande News)

Apenas um doador de órgãos pode salvar 25 vidas. Mas, apesar do peso dessa informação, ainda é alto número de famílias que se recusam a autorizar o procedimento após a morte de familiares . O percentual caiu de 74% em 2016 para 54% no primeiro semestre de 2018. 

Isso se deve a falta de informação, ainda. Mesmo que o doador tenha avisado a família, no momento do impacto, muitos responsáveis acabam não autorizando. “A falta de informação leva eles a acharem que o corpo será mutilado, outros tem dúvida se o órgão será mesmo utilizado”, explica Rodrigo Corrêa Gomes, enfermeiro coordenador da OPO (Organização de Procura de Órgãos).

Por isso a Santa Casa realiza um ciclo de palestras sobre o Setembro Verde para conscientizar sobre a importância da doação de órgãos, explicando o que é, quantos órgãos podem ser doados, como funciona a doação desde a importância de conversar com a família em casa até a doação do órgão.

Ciclo de palestras ocorrem no Setembro Verde para conscientizar sobre doação de órgãos (Foto: Marina Pacheco)
Ciclo de palestras ocorrem no Setembro Verde para conscientizar sobre doação de órgãos (Foto: Marina Pacheco)
Rodrigo Gomes, Enfermeiro Coordenador da OPO afirma que doação deve fazer parte da conversa entre as famílias (Foto: Marina Pacheco)
Rodrigo Gomes, Enfermeiro Coordenador da OPO afirma que doação deve fazer parte da conversa entre as famílias (Foto: Marina Pacheco)

Na palestra, que aconteceu no Teatro Dom Bosco nesta quinta-feira (27), participaram neurologistas, intensivistas, enfermeiros de outros estados. Fizeram agradecimentos ao Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Base Aérea pela prestação de serviços na captação de órgãos como batedores na maioria das vezes até o aeroporto.

“Antigamente, se deixássemos escrito que éramos doadores já servia, mas hoje a nova lei fala que os pais, esposas e maridos são responsáveis pelo nosso corpo após a certidão de óbito. Então a família tem que pensar nisso. No momento de dor, tentar visualizar as 25 pessoas que podem ser salvas”, afirma Rodrigo.

Apesar do alto número de recusa das famílias, MS teve um crescimento de cerca de 20% em 2017 de doação de órgãos e tecidos em relação aos anos anteriores.

Órgãos e tecidos podem ser doados de três formas, falecidos coração parado, falecidos por morte encefálica e vivos. Falecidos de coração parado podem doar as córneas, ossos, pele, cartilagens e coração parado para valva cardíaca. Falecidos por morte encefálica podem doar coração, fígado, rins, pâncreas e intestino. Vivos podem doar rins, parte do pulmão, parte do fígado e medula óssea.

A programação do Setembro verde, segue com palestras em escolas, hospitais, além de realizar a 3ª Corrida da Doação de Órgãos em novembro e uma blitz educativa.

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