Sem oficinas, carros da PM encalham na fila para revisão
A licitação pela modalidade menor preço acabou complicando a situação da Polícia Militar, que tem ficado dias sem viaturas, paradas na única oficina autorizada da Renault, em Campo Grande.
Na última renovação da frota, a concessionária venceu a concorrência, por apresentar menor preço, mas a estrutura para a assistência técnica não é suficiente para a demanda do governo.
Quem faz o trabalho ostensivo nas ruas, reclama que o carro Logan, usado pela PM, também não oferece a resistência necessária para uso intenso e em ruas não pavimentadas.
Policiais, que pedem para não ser identificados, contam que é rotina o "encalhe" de veículos na fila da oficina, e longe do trabalho nas ruas.
Há informações de que, somente para a troca de óleo, viaturas chegam a ficar dois dias paradas. No dia 26 de setembro, o Campo Grande News contou 20 carros estacionados na oficina Renault, da PM e da Polícia Civil.
A questão é delicada, porque o edital de licitação não pode ser elaborado de forma que restrinja a concorrência, já que a concessionária que se sentir prejudicada pode acionar a Justiça alegando que está havendo algum tipo de favorecimento, com licitação de cartas marcadas.
Conforme o governo, são estudados meios para que no próximo edital seja escolhida concessionária que ofereça assistência técnica condizente à demanda, uma vez que, do contrário, quem sofre com as viaturas paradas é a própria população.
Segundo o gerente de pós-venda da Renault, Carlos Henrique Chagas, em média 10 carros chegam na oficina por dia, para manutenção ou revisão. Ele nega o transtorno, devido ao longo tempo de espera pela revisão.
A empresa vendeu 300 veículos para o governo do Estado, que retornam à autorizada a cada 10 mil quilômetros rodados - para revisão periódica, e a cada 5 mil km para troca de óleo.
O responsável assegura que os veículos ficam em média na concessionária apenas entre 1 e 2 dias.