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Cidades

Tráfico, chefiado por braço-direito de Beira-Mar, movimenta R$ 34 milhões na fronteira

Marta Ferreira | 06/12/2010 09:30

Marcelinho Niterói, que havia sido solto em MS pela PF, em 2007, também conseguiu fugir agora do Complexo do Alemão.

O traficante Marcelinho da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, apontado como o braço-direito de Fernandinho Beira-Mar, é o atual chefe do tráfico de maconha na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul, e comanda um "negócio" cuja movimentação é estimada em 34 milhões de reais por mês.

Niterói, que chegou a ser preso em 2007, no Paraguai, mas saiu pela porta da frente da Polícia Federal em Ponta Porã, está entre os fugitivos do Complexo do Alemão, ocupado pelas forças de segurança. Reportagem de hoje do jornal carioca O Globo afirma que, para dar um xeque-mate verdadeiro no tráfico de drogas, a ação mais forte teria de ocorrer nos 1,6 mil quilômetros de fronteira do Paraguai com o Brasil, onde um consórcio de traficantes do Rio e de São Paulo domina 70% das áreas de plantio de maconha em Capitán Bado e Pedro Juan Caballero, cidades na fronteira com os municípios de Coronel Sapucaia e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul.

Esse negócio milionário, conforme o jornal carioca, tem Marcelinho Niterói à frente de movimentação estimada em 20 milhões de dólares mensais, o equivalente a 34 milhões de reais. O dado é atribuído à promotora Jiskia Trentin, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Conforme os dados da PF, 80% da maconha apreendida do Rio têm como procedência o Paraguai. Os demais 20% saem de plantações na Bolívia, país que vem aumentando as áreas de cultivo do entorpecente.

A reportagem de O Globo afirma que as áreas de plantio de maconha ocupam seis mil hectares, conforme o relatório mundial sobre drogas 2010 da ONU, que se baseia em estimativa de 2008 da Senad (Secretaría Nacional Antidrogas), do Paraguai.

Considerando o domínio que seria das consórcio de traficantes paulistas e cariocas, eles dominariam 4,2 mil hectares de lavouras de maconha.

Império da droga-A cidade paraguaia de Capitán Bado, do lado de Coronel Sapucaia, figura como o principal reduto do bando.

A região passou a ser dominada por esse grupo a partir de 2001, após os assassinatos de Ramón e Mauro, filhos de João Morel, então considerado o rei da maconha, que foi morto no mesmo ano Instituto Penal de Campo Grande.

Beira-Mar foi considerado o mandante dos crimes, em processo que correu em Campo Grande. A partir das execuções dos chefes da família Morel, a facção de Beira-Mar ampliou o domínio territorial de Capitán Bado a Pedro Juan Caballero. Investigações conjuntas da Polícia Federal e da Senad indicam que com a prisão de Beira-Mar, Marcelinho Niterói passou a comandar os "negócios" da quadrilha na fronteira.

O tráfico na região também teria como um dos barões o paraguaio Líder Cabral, preso este ano no Brasil.

Militares durante ocupação em morro carioca.(Foto Jornal O Globo)
Militares durante ocupação em morro carioca.(Foto Jornal O Globo)
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