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Cidades

Usuários consomem crack durante o dia na Calógeras

Redação | 03/11/2010 15:56

A cena normalmente é vista em qualquer grande centro brasileiro, como Rio de Janeiro e São Paulo. Mas é no trecho da Avenida Calógeras, entre as ruas Antonio Maria Coelho e Maracaju, no centro de Campo Grande, que o consumo de crack tornou-se parte da rotina dos moradores e comerciantes da região.

O Campo Grande News esteve no local, e viu grupos de jovens e adultos consumindo a droga em plena luz do dia.

A situação mostra violência eminente. A equipe de reportagem chegou a ser ameaçada caso se aproximasse demais dos usuários. "Se tirar foto 'de nóis' vai voar facada. Vaza, vaza", ordenou o suposto líder do grupo.

Os usuários concentram-se na área por onde passavam os trens da Noroeste do Brasil, desde a Morada dos Baís até a Estação Ferroviária. Próximo a diversos prédios históricos fechados por conta da mudança do foco do centro comercial para ruas como 14 de Julho e 13 de Maio, o consumo de crack e outras drogas desenha a triste realidade do abandono.

"Isso começou a ficar mais intenso há cerca de 1 ano, quando fecharam a rodoviária. Esses moleques desocupados vieram tudo para cá e viver aqui ficou mais perigoso", conta o sapateiro Iteler Silveira Leite, de 68 anos, que há 36 anos mantém comércio no local.

O comerciante comenta que não sofreu qualquer violência, mas o clima de tensão permanece todos os dias. "A gente nunca sabe o que eles podem fazer. Outro dia, rolou uma briga feia, até esfaquearam um deles. Para atingir a gente, não vai demorar", denuncia Iteler.

Quem trabalha na região, prefere não comentar, mas vivencia o problema. Funcionários de uma oficina automotiva contam que a situação é a mesma há anos. "Tem uma menina que dorme todos os dias por aqui. Ela usa droga durante o dia e acaba dormindo na rua. Tentamos tira-la, mas não deu certo. Ela sempre volta", contou o funcionário, que preferiu para não ser identificado.

Os usuários quebraram as vidraças da oficina e depredaram os prédios históricos da Avenida Calógeras. Há relatos de que além da área atrás dos prédios sem uso na Avenida Calógeras, os usuários de crack se escondem nos botecos e hotéis baratos na região.

Outro lado

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