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Boa Imagem

Não faça uma exposição exagerada do seu corpo

O sensual é sempre sugestivo, nunca é explicito. As mulheres não ganham nada com a hipersexualização do corpo

Por Larissa Almeida (*) | 08/02/2025 07:19

Algumas mulheres acreditam que para serem sensuais, precisam fazer uma exposição exagerada do seu corpo e suas curvas. O ápice foi a modelo Bianca Censori, esposa do rapper Kanye West, aparecer pelada na cerimônia de premiação do Grammy esta semana. Além de estar totalmente inadequada para o ambiente, a linguagem corporal dela emitiu todos os sinais de desconforto, tensão, dúvida e insegurança. E não teria como ser diferente, porque ela estava pelada e qualquer ser humano se sentiria constrangido estando nu em público.

Ou seja: mirou no poder, segurança e confiança e acertou no constrangimento. Será que vale tudo pelo engajamento? E no que tange à imagem pessoal, como ela vai fazer para que seu corpo nu não seja o foco?

Voltando ao tema da coluna, o sensual é sempre sugestivo. Se for explícito perde essa característica, porque não há mistério. Não dá para ser explícito e sensual ao mesmo tempo. O mistério atrai, encanta, é tentador. Já o explícito não, porque tudo já foi mostrado, está às claras para quem quiser ver.

Não tem nada mais sensual do que ver um pouco, querer ver mais e não poder. Exemplos: um decote com uma calça pantalona, uma fenda em uma saia longa, um vestido midi que contorne a silhueta. O sensual nunca é tudo ao mesmo tempo. Se você usar o curto, o justo, o transparente e o decotado ao mesmo tempo não estará sensual, e sim explícita, previsível, porque quem olha sabe exatamente o que vê e o que você deseja.

Agora a pergunta que não quer calar: porque uma mulher repleta de qualidades, inteligência e habilidades - e sim, todas as mulheres e homens tem suas características únicas - precisaria apenas enfocar seu corpo, como se fosse um produto? Que mensagem ela estaria transmitindo a não ser que a única coisa que vale a pena ali é seu corpo?

A história não precisa e não deve ser contada de uma vez só. Qual a graça de não precisar ler e folhear o livro antes de saber o capítulo final? Usou um decote profundo, não o combine com uma saia curta. Usou um vestido justo, não precisa ter a fenda ou a transparência acompanhando. O sexy demais destrói o sensual e vulgariza o resultado.

Nenhuma mulher precisa se desnudar para transmitir uma mensagem de elegância, eficiência, confiança e poder. Essa hipersexualização das mulheres não traz nada disso, só nos coloca como um produto. Quando você se esquece que é uma marca pessoal, com um conjunto único de características únicas e se coloca como produto, e seu produto é seu corpo, você tem prazo de validade, e pode ser facilmente descartada, porque corpos bonitos existem aos milhares, mas só você tem as suas características e habilidades que a tornam única.

E nem vamos entrar no mérito das consequências psicológicas e emocionais da hipersexualização do corpo feminino. Existem pesquisas demonstrando como essa objetificação gera problemas de confiança e conforto com o próprio corpo, autoestima fragilizada, transtornos alimentares, crises de ansiedade e dependência emocional. Mas isso é tema para uma outra coluna.

(*) Larissa Almeida é formada em Comunicação Social pela UFMS e pós-graduada em Influência Digital pela PUC-RS. Trabalhou durante 14 anos na área de comunicação e imagem em importantes instituições como Caixa Econômica Federal, Prefeitura de Campo Grande, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Senado Federal, além de ter coordenado a comunicação da Sanesul. Consultora de imagem formada pelo RML Academy e Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Especialista em Dress Code e comportamento profissional por Cláudia Matarazzo e RMJ Treinamento e Desenvolvimento Empresarial. Siga no Instagram @vistavoce_.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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