ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 29º

Em Pauta

A incrível e triste história dos "afronautas"

Mário Sérgio Lorenzetto | 14/06/2017 07:05
A incrível e triste história dos "afronautas"

Em 24 de outubro de 1964, Zambia proclamou sua independência. Havia sido até então Rodésia do Norte, o nome que lhe havia dado o empresário colonizador, Cecil Rhodes, que a havia tornado britânica no final do século XIX. E nesse mesmo 1964, Zambia lançou seu programa espacial, que pretendia superar russos e norte-americanos enviando à Lua e Marte, 12 zambianos e 10 gatos.

Quem impulsionava a ideia era Edward Makuka Nkoloso, um visionário, tradutor e professor, um combatente pela independência, que havia estado preso por sua luta e que foi um dos elaboradores da Constituição de Zambia. Era professor de ciências naturais em Lusaka, a cidade mais povoada do país e sua capital. Havia fundado a "Zambia National Academy of Science, Space Research and Philosophy", de onde saiu o programa espacial. "Nosso pensamento está cinco ou seis anos à frente deles", dizia Nkoloso, comparando a corrida espacial do ocidente com a africana.

A história oficial diz que a aventura naufragou porque a jovem de 16 anos Matha Mwamba, que seria a primeira mulher negra a pousar em Marte, ficou grávida e todo o plano foi destruído. Poucas pessoas no mundo acreditaram no plano de Zambia para levar humanos à Lua e Marte, assim como poucos acreditaram no motivo alegado para o término de seu programa espacial. E assim toda essa ideia por muitos anos. Como acreditar nas ideias de um professor de ensino de escola secundária que havia sido sargento em uma unidade de comunicação do exército britânico durante a Segunda Guerra Mundial? Nem a Unesco ou a ONU responderam aos ofícios da academia de Zambia pedindo dinheiro para fazer frente aos custos do foguete planejado. Até mesmo o ministro da Indústria de Zambia havia dado declarações desdenhosas do projeto desse foguete.

O fato é que o termo "afronautas" nasceu da cabeça de Nkoloso e ao fim do programa espacial ele ficou no mais absoluto silencio. Esse silencio, salvou-lhe a vida. e mais, permitiu que lhe fossem prestadas homenagens do governo no dia de sua morte em 1989. Nkoloso jamais falou de como terminou o projeto espacial de Zambia. Mas a abertura dos arquivos de Moscou iria mostrar a verdade...

O foguete de Zambia foi construído e foi denominado "Integral". Chegou a ser lançado, mas foi abatido após 10 minutos de voo em uma operação conjunta da CIA e KGB. Os papéis russos contam que a trajetória do Integral não era a prevista e que provavelmente ele teria arrebentado no solo. Mas ele foi alcançado por três misseis lançados desde o Vietnam. A bordo ia o afronauta Chisamba Nkausu Lungu e dois gatos. A 35 quilômetros de altura, o impacto não foi percebido por ninguém... Era o dia 24 de outubro de 1965.

Nessa época, CIA e KGB andavam irmanadas umbilicalmente. Haviam tido sucesso na morte de um homem denominado Rafael Bernal, que pretendia assassinar o presidente dos EUA quando visitasse o México. Como também tinha sido bem sucedidos em infiltrar um espião negro na turma de afronautas que se preparavam para a viagem interplanetária. A CIA e KGB sabiam de tudo que ocorria na cidade de Kawbe, a base que se pretendia secreta para lançar o foguete. Nunca mais criaram um projeto para lançar afronautas à partir da África.

A incrível e triste história dos "afronautas"

O bater de asas de uma mariposa no Brasil pode produzir um tornado no Texas. A teoria do caos

O tempo meteorológico constitui um dos grandes exemplos de sistemas caóticos. De fato, foi estudando o clima quando se descobriu realmente o caos: pequenas alterações atmosféricas podem modificar o clima em enormes proporções. Seu descobridor foi Edward Norton Lorenz, um metereologista norte-americano.

O estudo que ele apresentou em 1963, constitui uma das maiores descobertas do século XX, ainda que poucos cientistas que não fossem da área reparassem em sua existência. A repercussão da ideia só viria bem depois, e mudou radicalmente todas as ciências, sem nenhuma exceção.

Sua célebre frase (pouco divulgada no Brasil): "O bater de asas de uma mariposa no Brasil pode produzir um tornado no Texas", foi proferida em uma conferência em 29 de dezembro de 1972, tinha sido usada em outra conferência anterior usando a ideia de uma gaivota. Seus colegas sugeriram a troca pela mariposa é um lugar distante. - o Brasil. Em 1987, o termo "efeito mariposa" se tornou mundialmente conhecido graças ao sucesso do livro "Caos: a criação de uma ciência", de James Gleick.

Lorenz estava trabalhando em suas investigações sobre tempos atmosféricos, desenvolvendo modelos matemáticos, cujas propriedades eram exploradas com a ajuda de computadores (lentos aquela época). Observou que algo raro ocorria quando repetia cálculos feitos anteriormente. Ele descreve a descoberta: "Em um dado momento decidi repetir alguns cálculos com o fim de examinar com maiores detalhes o que estava ocorrendo, teclei uma linha de números que havia saído da impressora um momento antes e coloquei o computador em marcha outra vez. Fui ao vestíbulo tomar uma xícara de café e voltei ao cabo de uma hora, tempo no qual o computador havia simulado um dos meses de tempo meteorológico. Os números que saíram da impressora não tinham nada a ver com os números anteriores. Imediatamente pensei que se havia estourado alguma válvula (sim, os computadores funcionavam com válvulas) ou que o computador tinha alguma outra avaria, mas antes de chamar os técnicos decidi verificar onde se encontravam as dificuldades, sabendo que dessa forma poderia acelerar o conserto". Lorenz havia utilizado alguns poucos números números arredondados e esquecido uma casa decimal. Assim surgiu a fundamental teoria do caos.

Um conhecimento que mudou a forma de pensar no mundo. Menos no Brasil, onde o caos é um deus adorado e não um conhecimento científico amedrontador.

A incrível e triste história dos "afronautas"

As alterações climáticas o estão impedindo de dormir

Parece uma ligação improvável, mas um grupo de cientistas da Universidade de Harvard conseguiu associar a qualidade do sono com a elevação da temperatura no planeta. A equipe investigou o sono de 765 mil pessoas para que não houvesse margem de dúvida e comparou o sono com a temperatura nos locais de residência.

O estudo inovador junta-se a tantos outros que demonstram que o aquecimento global terá impacto em todos os setores de nossa vida.

Quando adormecemos, os vasos sanguíneos de nossa pele dilatam, permitindo a liberação de calor e reduzindo a temperatura do corpo. Estudos anteriores já haviam demonstrado que com temperatura ambiental elevada o nosso corpo encontra dificuldade de eliminar calor. Com o aquecimento global, e por mais estranho que possa parecer, as temperaturas aumentam a um ritmo acelerado mais à noite do que de dia.

Estabelecendo a ligação entre as noites mal dormidas e o aquecimento do planeta, a perspectiva dos cientistas é de que o sono venha a deteriorar-se ainda mais na segunda metade deste século.

Noites mal dormidas é igual a dia cansado. Assim, as pessoas estão cometendo mais erros cognitivos importantes quando dormem mal, seja causando mais acidentes, seja tomando más decisões no trabalho ou aprendendo mal nas escolas. Mas a ganância dos "filhos de Trump" está dominando parte importante do mundo.

Nos siga no Google Notícias