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Em Pauta

A moda da comida natural nem sempre é sadia

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/02/2018 08:16
A moda da comida natural nem sempre é sadia

A Europa vive sob a erupção de casos de listeriose –um tipo de infecção bacteriana– originado pelo consumo de queijo fresco fabricado com leite cru. E esse é apenas um dos muitos casos de infecções decorrentes da moda da comida natural.

Ao longo dos séculos, desenvolvemos processos que minimizam ou eliminam riscos associados ao consumo dos alimentos. Um dos melhores exemplos é a pasteurização, um avanço do século XIX que salvou milhões de vidas ao impedir que tuberculose e brucelose nos fossem transmitidas por meio de alimentos. Atualmente a pasteurização vem sendo vilipendiada. Esse é um dos absurdos que hoje ocorre sob a égide das tendências devotas do considerado fresco, natural, orgânico e sustentável. Esquecem que foi a descoberta do fogo –para assar alimentos– que permitiu a sobrevivência de nossa espécie.

Nos últimos anos, parece estar na moda questionar pilares fundamentais onde assentamos a qualidade e esperança de vida que desfrutamos. Lutam contra as vacinas, contra os antibióticos e contra métodos de higienização. Não sabem ou gostam de correr riscos desnecessários contra enfermidades infecciosas.

Pasteurizar é barato, sadio e apenas modifica características organolépticas –cor, brilho, odor, textura– e assegura uma excelente qualidade microbiológica do alimento. Há dezenas de outros casos de alimentos tomados por bactérias. As Salmonelas costumam estar presentes em muitas manteigas com rótulo de orgânicas. Cresce o consumo cru ou levemente marinado de carnes e peixes –sushi, ceviche, carpaccio... pratos aptos para a sobrevivência de bactérias e vermes.

Deixar de cozinhar as carnes é brincar de roleta russa, única e exclusivamente para atender apelos da moda e do marketing. Sucos orgânicos, sem pasteurização, podem contribuir para a emergência de novos patógenos ou a reemergência de alguns que estavam quase caindo no esquecimento. E prolifera o consumo de alimentos exóticos: frutas, carnes, peixes, ovos e principalmente de algas. São prováveis portadores de patógenos de suas regiões de origem. A globalização também é alimentária... e patogênica.

A moda da comida natural nem sempre é sadia

Antidepressivos dão resultado em 60% dos casos

Uma equipe internacional de cientistas analisou centenas de ensaios clínicos de 21 medicamentos antidepressivos mais comuns e chegou à conclusão que todos eles são mais eficazes para reduzir os sintomas de uma depressão grave que um placebo. Os cientistas asseguram que estes resultados –publicados na prestigiosa revista The Lancet– são a melhor evidência de bom funcionamento dos antidepressivos.

O efeito placebo é extraordinário, especialmente com a depressão. Nas pesquisas, um terço dos pacientes com depressão grave ficam bons com dois ou três meses sendo tratados apenas com pastilhas açucaradas. Todavia, a percentagem média de pacientes que melhora ao tomar um antidepressivo real é de 60%.

A moda da comida natural nem sempre é sadia

Os cozinheiros exigem direitos autorais

A receita tida como mais plagiada da história da gastronomia é o "coulant" de chocolate. Uma receita que o cozinheiro Michel Bras criou em 1981. O mesmo ocorre com a torta Sacher. Foi criada em 1832 por um aprendiz de cozinha denominado Franz Sacher. Não é muito diferente com a pizza napolitana ou com a massa a bolonhesa. Agora, há uma tendência na Europa para que os criadores-cozinheiros passem a receber por sua criatividade.

Uma das preocupações, neste momento, é dos chefs protegerem a autoria culinária, sobretudo quando esse ramo da economia está em plena efervescência. Mas essa não é uma criatividade protegida. Ou não era. Tudo começou com a jurisprudência na Holanda. O Tribunal do Distrito de Breda declarou que o direito autoral pode abarcar não só o aspecto literário da receita como seu conteúdo.

O Rechbank de Amsterdam determinou que a proteção do direito autoral se estende ao conteúdo da receita e contra os atos de execução ou aplicação dos mesmos. A ação versava sobre bombons. A justiça determinou o pagamento de direito autoral para o criador contra quem a copiasse. Em seguida, veio o caso da Ginebra Mediterrânea. Uma empresa criou a Gin Mare, vendida em 70 países. Depois de sete anos lutando na justiça, conseguiram registrar o conceito.

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