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Em Pauta

A primeira guerra ocorreu entre pecuaristas e agricultores

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 01/12/2023 08:00
Campo Grande News - Conteúdo de Verdade

Não importa a idade que você tenha, certamente acompanhou o noticiário (espero que somente pelos jornais) sobre alguma guerra. Ucrânia contra Rússia. Israel versus Palestina, são apenas as momentâneas. Muitas existiram no passado, outras surgirão logo mais. Mas, como o homem começou a gostar de matar seus semelhantes. Onde surgiu a primeira guerra?


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Pecuaristas atacam agricultores.

Por volta de três mil anos antes de Cristo, uma tribo de pecuaristas - eram chamados pastores - atacou uma pequena comunidade de agricultores sumérios na época da colheita. De uma distância segura, usaram fundas, lanças e flechas que lhes possibilitaram um ataque surpresa. Os agricultores responderam aproximando-se dos pecuaristas com clavas. A clava era uma pedra arredondada presa a um bastão de madeira. Era projetada para atingir a cabeça do oponente. Essa foi a primeira arma construída especificamente para matar humanos. As demais - lança, arco e flecha e fundas - eram armas antigas, "ultrapassadas", criadas para caçar, matar animais.


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Pecuaristas famintos, atacavam gordinhos agricultores.

A imagem não é obra de ficção. Os pecuaristas, efetivamente, viviam em más condições de saúde. Seus rebanhos de vacas, cabras e ovelhas eram muito sensíveis a doenças e aos caprichos do tempo. Dessa forma, quase passando fome, a sobrevivência das tribos nômades de pecuaristas dependia das frequentes invasões para roubar grãos dos vizinhos lavradores, relativamente mais bem abastecidos.


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Capacetes, primeira arma de defesa.

Os pastores não ficaram inertes ao poder das clavas. Criaram algo semelhante a um capacete. Uma peça estranha e cintilante para protegê-los. Depois deles, os golpes das clavas dos agricultores pelo menos não os matariam se atingissem suas cabeças, apenas atordoavam. A maioria dos golpes simplesmente deslizavam sobre a superfície lisa do protetor de cabeça. Essa vantagem mudou radicalmente o equilíbrio de poder tático entre as duas tribos. Os pecuaristas devastaram os agricultores.


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O cobre faz a diferença na corrida.

Após o ataque, os agricultores sobreviventes examinaram os protetores de cabeça dos pecuaristas que tinham conseguido matar. Esses "capacetes" continham uma camada de um bonito material alaranjado ajustado sobre um pedaço de couro. Os agricultores, como não viajavam, nunca tinham visto o cobre pois ele não existia nas terras entre o Tigre e o Eufrates. Seus rivais pecuaristas eram nômades e tinham adquirido o material que vinha de milhares de quilômetros. Vinha do deserto do Monte Sinai. Muito mais ricos, não demorou para os agricultores conseguirem o cobre, isto é, seus próprios capacetes. Além do protetor de cabeça, colocaram o cobre em suas claras. E deram o troco. Mataram pecuaristas em larga escala. Mas os pecuaristas sobreviventes passaram a usar capacetes mais grossos. Assim nasceu a corrida armamentista. Contava - e continua a contar - com metais exóticos obtidos pelo comércio.

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