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Em Pauta

A triste história do pioneiro do MS que fez acordo com ditador

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 07/07/2025 07:00
A triste história do pioneiro do MS que fez acordo com ditador

Comecemos a história pelo final. Dona Senhorinha Barbosa foi levada prisioneira para a cidade de Assunção, no Paraguai. Só depois de árduas interferências diplomáticas foi libertada. Essa prisão ocorreu antes da Guerra. Seria presa novamente no transcurso das refregas entre brasileiros e guaranis. Como essa singular mulher pioneira perdeu sua liberdade? Essa é uma história pouco conhecida.


A triste história do pioneiro do MS que fez acordo com ditador

Chegam os Lopes em terras sul-mato-grossenses.

No final do anos 1.800, penetram nestas regiões os primeiros boiadeiros. Tangidos pela pobreza das Minas Gerais, alguns vem tocando seus diminutos rebanhos. Entram os Lopes, os Pereiras, os Garcias e os Barbosas. Aos poucos, vão tomando rumos diferentes. Joaquim Francisco Lopes é a figura central das entradas e do povoamento. Pisou todos os recantos desta região. A sua primeira fazenda, aliás presenteada por José Garcia Leal, deu o nome de Monte Alegre. Ficava nas proximidades do rio Paraná. No ano de 1.872 ele fazia ali suas primeiras fundações, auxiliado por índios Caiapós. Seus irmãos José Francisco Lopes, o futuro Guia Lopes, e Gabriel Lopes, não foram seus companheiros nas primeira entradas. Viriam depois. Antes mesmo que decorresse 25 anos, já era considerável o número de fazendolas nestas bandas. Todas total e completamente abandonadas pelo rei de plantão no Rio de Janeiro.


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A revolta dos Lopes.

Aceita-se perfeitamente o procedimento dos Lopes, especialmente do denominado “Sertanejo”, Joaquim Francisco Lopes. Estava revoltado contra os poderes públicos indiferentes à sua bravura e a seus lances de heroísmo. Sua vida estava em constante perigo. Foi nesse clima de rebelião que seu irmão, Gabriel Francisco Lopes, levou avante a ideia de pedir auxilio a Carlos Antônio Lopez, ditador do Paraguai, antecessor e pai do amalucado Francisco Solano Lopez, aquele que nos levou à guerra.


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Gabriel e suas 60 vacas.

Gabriel, que havia sido o “descobridor” dos campos e dos gados da Vacaria - cerca de 60 vacas e um touro deixados pelos jesuítas - não tendo apoio algum do governo do Rio de Janeiro, tentou um acordo com o governo paraguaio. Há quem diga que Gabriel chegou a prometer Solano Lopez a edificação de um povoado em nome da nação guarani na região do rio Apa. Não há, contundo, prova dessa teoria. Mas não resta dúvida que Gabriel não cultivou amizade com o ditador paraguaio. Por motivos não revelados, esse mal estar lhe valeu o ódio de Solano. Esse ódio recaiu mais tarde sobre a pessoa de sua viúva, Dona Senhorinha Barbosa, que foi aprisionada pelos guaranis.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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