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Em Pauta

Assim será o hospital do futuro

Mário Sérgio Lorenzetto | 06/10/2016 07:05
Assim será o hospital do futuro

Um estudo do jornal espanhol El País, em conjunto com a Philips e a escola de negócios IESE, mostra um novo desenho do hospital do futuro. Primeiro, perceberam que os novos hospitais continuam sendo construídos com as mesmas ideias de antigamente. Mesmo novos prédios hospitalares são arcaicos.

Afirma que os hospitais do futuro, que surgirão em três anos, serão pequenos, especializados, liderados por médicos, inovadores e eficientes. Os novos hospitais terão de estar orientados para obter resultados e implementar processos para reduzir gastos. O mundo considera os hospitais como ambientes exageradamente dispendiosos.

Se há um aspecto central para conseguir essa "proeza", ele é o avanço tecnológico. Começando pela digitalização da gestão hospitalar e a gestão dos recursos. Por exemplo, sistemas que monitoram os pacientes com "wearables" - tecnologias que podem ser usadas por usuários como peças do vestuário - permitem priorizar os pacientes por ordem da gravidade do caso de cada um e não mais com as atuais senhas que matam pacientes em estado grave. O impacto humano dos wearables pode ser enorme, as estatísticas mundiais demonstram que 50% das mortes em hospitais decorrem da imprecisão no atendimento inicial.

O hospital do futuro cuidará de pacientes com casos agudos. Isso implica que os departamentos terão de estar preparados para obter as melhores imagens do problema do paciente em reduzido espaço de tempo. Os serviços de imagens estarão integrados no hospital inteiro, não mais em um só departamento. Essa evolução permitirá cirurgias muito menos invasivas porque a precisão e a rapidez do diagnóstico permitirá uma intervenção menos lesiva ao paciente.

As tecnologias híbridas de visualização jogarão um papel chave nessa melhora continua da resolução de imagens. Por exemplo, combinar os benefícios do raio-X com a ecocardiografia, não na fase de diagnóstico, e sim em tempo real, durante toda a intervenção. Os benefícios para as equipes de cirurgia serão enormes, guiarão os profissionais permitindo corrigir e replanejar o procedimento. Entre suas funcionalidades está a possibilidade de introduzir "marcadores", pontos de referencia que ajudam a equipe a saber os limites anatômicos do paciente.

O outro grande conceito chave do hospital do futuro será o hospital em casa. Isso quer dizer que os pacientes estarão vigiados e conectados remotamente ao hospital da tecnologia. Isso não só melhorará a atenção do hospital para com o paciente, como também contribuirá para que ele se torne economicamente sustentável.

Assim será o hospital do futuro

A pílula do câncer não tem qualquer evidencia científica?

Em 1747, o escocês James Lind era o medico de um navio de guerra britânico. Era comum em viagens marítimas até essa época apresentassem gengivas doentes, fraqueza dos joelhos, manchas no corpo e cansaço. era o escorbuto, uma doença causada pela deficiência em vitamina C. A moléstia era o pesadelo dos navegadores.

O medico, em busca do melhor tratamento para os marinheiros, separou doze doentes em seis pares. Administrou um tratamento diferente para cada dupla. Água do mar para uma dupla. Cidra para outra. O terceiro par recebeu vinagre. Acreditem, o quarto par foi obrigado a beber nada menos que ácido sulfúrico. A quinta dupla recebeu alho, mostarda e rabanete. E a sexta comeu duas laranjas e um limão por dia. As frutas cítricas tiveram efeito notável. O estoque de laranja e de limões durou apenas seis dias, mas foi o suficiente para a recuperação da dupla de marinheiros submetidos a esse tratamento.

"Tratado sobre o escorbuto", o livro escrito por Lind, em 1753, é considerado o primeiro experimento controlado de medicamentos em seres humanos. Os "testes clínicos", como são denominados, constituem desde então, o pilar do processo de desenvolvimento de um remédio. Hoje, esses testes incluem um grupo extra, chamado de "grupo de controle". São voluntários que ingerem placebo (pílula de açúcar) em vez do tratamento administrado aos demais.

Acreditar que os testes clínicos não são necessários para provar a segurança e eficácia de um medicamento é desprezar mais de 250 anos de conhecimento acumulado e de trabalho sério de cientistas no mundo inteiro através desses dois séculos e meio.

Assim será o hospital do futuro

A criação da pílula do câncer

A versão sintética da fosfoetanolamina, a pílula do câncer, é obra de Gilberto Orivaldo Chierice, um químico do Instituto de Química de São Carlos, faculdade da USP. Foi só nos anos 1990 que ele veio a se interessar pela fosfoetanolamina. É uma molécula normalmente encontrada em células humanas e conhecida há décadas. Ela faz parte de membranas celulares, participa de nosso metabolismo e também pode ser encontrada no leite materno. Chierice estudou e desconfiou que nosso organismo mandava a fosfoetanolamina para se defender de tumores. Começou a produzir a substancia em seu laboratório. Chierice diz que fez testes com ratos e que um hospital, ligado à USP, teria conduzido testes clínicos com cinco grupos de pacientes, cada um com um tipo de câncer.

Nada disso está respaldado em documentos. Não se conhece o numero de pacientes e nem as condições da possível administração do medicamento. Pacientes, médicos e enfermeiros que estariam envolvidos nos testes nunca vieram a público defender a fosfoetanolamina. A USP diz que não há relatórios parciais ou finais com detalhes sobre sua execução. Por fim, o tal hospital onde os testes teriam sido realizados, informou não existir qualquer registro de que tenham existido.

Assim será o hospital do futuro

Se não faz mal, porque não liberar?

Sim, a fosfoetanolamina, reafimamos, está naturalmente em nosso corpo. Consequentemente, ela não deverá causar qualquer problema quando administrada via oral. Tal como as vitaminas que também não tem qualquer evidencia cientifica de que auxiliaria nosso organismo em qualquer de suas funções. Todos sabemos, as vitaminas não servem para nada (só para engordar os lucros da indústria farmacêutica) e não só são vendidas livremente, como são exaustivamente receitadas por médicos.

Liberem a pílula do câncer, uma multidão de doentes e familiares brada. Mas há um grave problema: conforme seu criador, ela só teria efeito se os doentes parassem com a quimioterapia. É preciso respeitar a autonomia dos pacientes, que tomem garrafadas e outros instrumentos que acreditem para combater essa doença terrível. Mas a pílula do câncer não pode atrapalhar a terapia convencional. Não se pode aceitar que os pacientes abandonem a quimioterapia - devidamente comprovada - por outra sem eficácia comprovada.

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