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Em Pauta

Café: pequena história mundial. O longo caminho até o Brasil

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 23/03/2024 08:30
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O Brasil produz 40% do café bebido no mundo, no entanto, tal como a carne, o grão brasileiro é vendido como de segunda categoria. Falta marketing e apenas essa despesa para entrar no rol dos melhores do mundo. Mas como o café chegou ao Brasil? É possível que você tenha lido que foi um oficial de nome Francisco de Mello Palheta a enganar a esposa do governador de Caiena, na Guiana Francesa, talvez com favores amorosos, e trazer a primeira muda de café para o Pará em 1.727. Essa é uma diminuta parte da história dessa bebida


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A lenda do pastor.

Diz a lenda que por volta de 700 a.C., um pastor etíope notou que, ao chegar a um determinado pasto nas montanhas, seus camelos e cabras nunca descansava, e se agitavam a noite toda. Ele investigou e constatou que seus animais se alimentavam das frutinhas vermelhas de um pequeno arbusto. Quando ele mastigou as folhas do arbusto se sentiu revigorado. Era o café.


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Da Etiópia para o Iêmen.

Como toda lenda, não há como comprovar essa simpática historieta. Mas não resta dúvida que o café foi primeiro cultivado na Etiópia logo depois de 1.000 a.C. e então viajou para o Iêmen. Foi lá onde membros da seita sufi - um ramo místico do islamismo, que apareceu em uma novela da Globo - começaram a consumi-lo com regularidade. Como esses sufis trabalhavam durante o dia, só podiam realizar seus belíssimos rituais tarde da noite. Para ficar acordados, bebiam café.


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Moca, o centro mundial do café.

Com o aumento da demanda, o cultivo de café tomou conta da região do porto de Moca, no Iêmen. Suas plantações alimentaram o hábito que se espalhou pelo mundo árabe. Por voltando 1,500, chegou a Jidá, um grande porto na Arábia Saudita. Ali se tornou um sucesso instantâneo. E criaram as primeiras cafeterias. Mas sempre que as cafeterias ficavam cheias, as mesquitas ficavam vazias. Os governantes proibiram as cafeterias. O café passou a viver na semi clandestinidade, algo parecido com a maconha atual.


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Os haréns derrubaram as proibições.

A moda da proibição de cafeterias se espalhou pelo mundo árabe. Até que o café chegou nos haréns. As mulheres consideravam um fornecimento regular dos grãos como obrigação conjugal essencial. Não fornecê-lo, era motivo para fechar pernas, e pior, motivo para divórcio. A proibição das cafeterias sumiu do mapa. Houve uma só tentativa de proibi-las em Constantinopla, mas logo abolida. Surgiram centenas de cafeterias nessa cidade turca. Elas ficavam lotadas dia e noite. Os mais pobres mendigavam nas ruas com o único objetivo de comprar café.


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O passeio pela Europa.

Como muitos produtos, o café saiu da Turquia para Veneza. Da bela cidade italiana foi a Paris, mas levado por um embaixador turco. Na Europa, não encontrou qualquer rejeição religiosa. Logo que chegou o Papa Clemente recebeu uma xícara de café e o abençoou como bebida cristã. Suleiman Aga, o embaixador turco, abriu em Paris a primeira cafeteria. Era um ambiente exótico onde escravos núbios serviam café exclusivamente às madames em sofisticadas xícaras douradas, finas como uma casca de ovo. Levado pelos soldados, o café foi parar em Viena. E finalmente aportou na Inglaterra e na Holanda. Será da Holanda que o café chegará ao Suriname e dali, à Guiana Francesa, de onde seria roubado e trazido ao Brasil.

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