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Em Pauta

Coco Chanel: a mulher que costurava com ousadia, liberdade e independência

Mário Sérgio Lorenzetto | 02/11/2014 08:35
Coco Chanel: a mulher que costurava com ousadia, liberdade e independência

A liberdade chama-se Coco, a igualdade chama-se Chanel.

Coco Chanel é o modelo das mulheres livres e iguais. Gabriele Bonheur Chasnel era filha de uma mãe solteira. Uma lavadeira em Saumur, uma pequena cidade francesa. Em seu nascimento, o registro de seu nome foi grafado erroneamente com um "s" a mais, nasceu Chasnel, mesmo sendo filha de Albert Chanel, um vendedor de rua, que comercializava roupas de trabalho e íntimas.

Aos 12 anos, sua mãe faleceu de bronquite e ela foi levada a um orfanato, de onde sairia aos 18 anos, para viver em uma pensão outra pequena cidade - Moulins. Com uma imaginação fértil e com vontade de esconder suas origens humildes, passou a inventar fantasias, tais como a viagem de seu pai para os Estados Unidos e a diminuição em dez anos de sua idade.

Ela passou a trabalhar em um cabaré onde cantava e sonhava com o "music hall". Deve seu apelido a essa época. Coco é originário da música "Who has seen Coco?", algo como "Quem viu Coco?"

Por volta de 1910, ela conheceu o grande parceiro e amor de sua vida, o milionário inglês Arthur Capel, o Boy Capel, como era conhecido. Coco era uma mulher libertária e só admitia casar-se depois de adquirir condições financeiras que a tornassem independente. Mas foi Boy o grande financiador de suas atividades iniciais como estilista. Boy foi quem investiu em sua primeira loja de chapéus, que projetou o seu nome. Ela jamais entregou sua liberdade, mesmo amando muitos homens ao longo de seus 88 anos.

Coco Chanel: a mulher que costurava com ousadia, liberdade e independência
Coco Chanel: a mulher que costurava com ousadia, liberdade e independência

Ousada, Chanel criou primeiras calças femininas

Chanel começou a produzir e vender, além dos chapéus, roupas esportivas para a praia e para montar a cavalo. Chanel era igualitária. Ela inventou as primeiras calças femininas. Um escândalo. Até hoje, muitos homens têm dificuldades de aceitar "tamanha ousadia". No início da primeira guerra mundial, ela percebeu outras necessidades femininas: encurtou as saias, que "varriam o chão", até o meio do tornozelo e profetizou

que mulheres ricas e pobres necessitavam de roupas confortáveis. Também libertou as mulheres das amarras dos espartilhos. Compreendeu os novos tempos de guerra que tornavam proibitivas as empregadas que eram encarregadas de amarrá-los nas mulheres da elite. Como os ricos tecidos - cashemere, sedas e linho - escasseavam, não vacilou e criou outra libertação: passou a costurar usando tecido de Jersey. Essa barata fazenda era produzida na ilha britânica que deu seu nome. É uma malha, com construção simples, com toque macio e elástico - a falsificação da seda chinesa muito cara. Mas eram tempos de penúria e até seus concorrentes mais elitizados passaram a adotar o Jersey, novamente tornando igual o tecido usado por milionárias e operárias. Ela foi a protagonista de uma parcela do igualitarismo feminino.

Hoje, a marca Chanel é pretensamente exclusiva das muito endinheiradas, uma pequena e simples bolsa custa acima de R$ 8 mil. Falsificadores continuam a insistir nos princípios de Coco Chanel e as levam por meros R$ 300 para as mulheres de qualquer condição financeira.

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Mulheres são melhores chefes?

Quem responde à indagação é a Ketchum, consultoria de planejamento que entrevistou 6.509 pessoas em 13 países. A pesquisa mostrou que as mulheres se destacam em quatro atributos e os homens em dois. As mulheres são melhores líderes, são mais transparentes no diálogo, reconhecem os próprios erros e extraem o melhor de cada um. Já os homens são melhores em tomar decisões difíceis e mais preparados para os desafios do futuro.

Coco Chanel: a mulher que costurava com ousadia, liberdade e independência
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Formar casais pode ter sido o melhor passo de nossos antepassados

Há décadas cientistas lutam para compreender as origens e implicações da monogamia humana. Questões básicas, como quando começamos a formar casais, por que era vantajoso e como isso pode ter estimulado nosso sucesso como espécie, permanecem sem resposta e as poucas teorias existentes são controversas.

Os humanos, é evidente, têm um histórico imperfeito. As pessoas têm casos amorosos, se divorciam e, em algumas culturas, assumem vários companheiros. Na verdade, a poligamia aparece na quase totalidade das sociedades, algumas em aberto e outras na clandestinidade. Mas, mesmo quando a poligamia é permitida, o arranjo

pertence a uma minoria. Grande parte das sociedades humanas está organizada em torno do pressuposto de que uma grande fração da população formará pares duradouros, casais exclusivos sexualmente. E a monogamia parece ter feito bem à nossa espécie. "Ligações em pares", como os cientistas denominam as relações monogâmicas, foram uma adaptação importante em um ancestral arcaico que se tornou essencial para os sistemas sociais humanos e nosso sucesso evolutivo.

Monogamia é base de redes sociais

O casal monogâmico forma a base para algo exclusivamente humano - as vastas e complexas redes sociais em que vivemos. Outros primatas jovens estabelecem laços de parentesco apenas pela mãe. Humanos traçam parentescos do pai e da mãe. E assim ampliam os laços familiares a cada geração.

Esses vínculos grupais, juntamente com a monogamia, constituem duas das características mais relevantes da sociedade humana. Os mamíferos não são monogâmicos em geral. Em menos de 10% das espécies, é comum dois indivíduos se acasalarem, com exclusividade. Apesar de 15% a 29% das espécies primatas favorecerem vivência como casais, um número bem menor é adepto da monogamia como os humanos a conhecem - uma parceria sexual exclusiva entre duas pessoas.

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