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Em Pauta

Como desenhar as mãos de um ex-presidente?

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/07/2017 07:11
Como desenhar as mãos de um ex-presidente?

Em Aladim, tanto o Gênio como Abu, o macaco que acompanha o protagonista nas tropelias, estão desenhados com quatro dedos. Os humanos são desenhados com os habituais cinco dedos. É uma decisão premeditada de separar os humanos normais das personagens cômicas ou muito fantasiosas. Seria algo como "a mentira têm quatro dedos".

E essa ideia não era nova quando os estúdios Disney criaram Aladim. A primeira película dos estúdios Disney, Branca de neve e os setes anões, já mostrava essa desigualdade dáctilar. Tanto Branca de Neve como o Príncipe, os personagens que tinham um desenho mais humano e realista, estavam dotados de cinco dedos, enquanto os anões, meio desumanizados, muito caricaturados, tinham quatro dedos.

Com Pinóquio ocorreu o mesmo. Os personagens que não eram fantasiosos tinham cinco dedos. Os personagens criados pela fantasia humana, apenas quatro - é o caso do Grilo, Gedeon e Juan . Com Pinóquio a equação da falta de dedos é eloquente. Quando era um mentiroso contumaz e boneco de madeira lhe faltavam não apenas um dedo, mas dois. À medida que humanizava e deixava a mentira de lado, surgiam dedos, até atingir a plenitude humana e ter todos os dedos de um humano comum.

Essa decisão de eliminar dedo não subiu na Disney. Nos Boxtrolls, todos os Rolls-Royce tinham um dedo a menos e os humanos os tradicionais cinco dedos. No Planet 51, faltava um dedo para os marcianos. O mesmo ocorria na série "Aaahh!!! Monstros", onde monstrinhos eram desenhados com um dedo a menos. Também era assim na Liga de Justiça original. - alienígenas tem um dedo a menos.

Como desenhar as mãos de um ex-presidente?
Como desenhar as mãos de um ex-presidente?

No Japão desenham todos com cinco dedos por causa da Máfia japonesa.

Se nos EUA os desenhos mais fantasiosos têm um dedo a menos para diferenciá-los dos humanos comuns, essa técnica não pode ser levada ao Japão. Temiam que bonecos com quatro dedos gerassem mal-entendidos com os espectadores e leitores que tivessem conhecimento da cultura gângster. Na famosa máfia japonesa, conhecida como Yakuza, há o costume de castigar seus associados cortando um dedo da mão. No Japão, mafioso tem quatro dedos. Imaginem um estrangeiro, mesmo autoridade, chegando no país do Sol Nascente...

Como desenhar as mãos de um ex-presidente?

Haitianos: uma terrível vida sem destino certo

Para onde foram os milhares de haitianos que há pouco viviam no Brasil? A grande imprensa deles esqueceu. Mas, apesar de todas as desgraças, continuam lutando pela sobrevivência.

Maio de 2016. Algo insólito começou a acontecer em Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos. Nesse mês, na guarita de San Ysidro, o ponto fronteiriço mais transitado do mundo, a fila que correspondia aos imigrantes que entravam nos Estados Unidos estava abarrotada. Havia uma trezentas pessoas por dia que não eram os conhecidos latinos. Haitianos. Haitianos que não chegavam do Haiti e sim do Brasil. Depois de andarem durante sete anos por dez países. Depois do terremoto de 2010, muitos fugiram da miséria de seu país. O principal país foi o Brasil, que naquele tempo tinha de construir as faraônicas (e inúteis) obras do Mundial de Futebol e das Olimpíadas. Quando a crise da megalomania caiu em cima dos brasileiros, os haitianos foram demitimos, passaram a viver nas ruas. Começará, então, uma viagem por terra para o Norte e Nordeste brasileiro. Mais uma epopeia de tantas outras que viveram. Chegaram, por milagre é muito esforço, á Tijuana. Acreditavam que entrariam facilmente no "país da riqueza". O governo Obama havia suspendido, por razões humanitárias, as deportações de haitianos do território norte-americano. Mas não conseguiam entrar.

Os quatro refúgios mexicanos foram diminutos para a avalanche de haitiano. As autoridades conseguiram o apoio de 26 igrejas que viraram novos refúgios. Mas só entravam oitenta haitianos por dia nos EUA.

Aproximadamente 20 mil haitianos conseguiram entrar, mas ainda restam 3 mil em solo mexicano. Veio Trump. Os três mil não entram em hipótese alguma. Caçam os vinte mil que entraram para deportá-los. Para onde irão? Nem mesmo lembram-se que existem.

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