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Em Pauta

Confinamentos de gado dobrarão com investimentos de até US$ 500 milhões

Mário Sérgio Lorenzetto | 23/10/2014 11:02
Confinamentos de gado dobrarão com investimentos de até US$ 500 milhões

Confinamentos dobrarão no Brasil

Essa é a expectativa do Rabobank, banco holandês e um dos maiores financiadores privados do agronegócio. Conhecido por sua pecuária obsoleta baseada na criação extensiva do gado bovino, com os animais soltos no pasto, o Brasil está pronto para fazer o sistema intensivo de engorda - conhecido como confinamento -"decolar", avalia o banco, em seu último relatório. Pelas projeções do Rabobank, a participação da carne bovina oriunda de gado criado nos confinamentos passará do atual patamar de 10% para 20% dentro de 5 a 7 anos.

Com a criação de bovinos em confinamento, o peso médio do animal abatido é não só mais alto como a idade de abate é menor, elevando a produtividade. Para elevar a criação de gado em confinamento, a pecuária brasileira terá de investir entre US$ 250 milhões e US$ 500 milhões nos próximos anos. E mais: com uma capacidade estática de 4,5 milhões de cabeças de gado, os confinamentos poderiam engordar 9 milhões de bovinos por ano.

Confinamentos de gado dobrarão com investimentos de até US$ 500 milhões
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Questão ambiental ajuda confinamentos

As áreas de pastagens já vêm cedendo espaço para a agricultura que é quase sempre mais rentável. Mas, considerando as restrições ambientais para que a pecuária avance sobre áreas de florestas, a solução é produzir gado em menor área, o que favorece os confinamentos. Além disso, o cenário aponta para um bom tempo de menores preços de grãos como soja e milho - os principais insumos da ração dos bovinos confinados. Este fator poderá levar os agricultores também a ingressar na atividade de confinamento como forma de agregar valor. O Rabobank estima que a demanda adicional por grãos para ração totalizará 19 milhões de toneladas no ano de 2023.

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Soja: falta chuva no Brasil e sobra nos EUA

O atraso no plantio da soja poderá ser prolongado no Centro-Oeste brasileiro, trazendo como consequências a perda de produtividade das lavouras da oleaginosa e maior incidência de doenças, como a ferrugem. Mas é uma precipitação falar em perdas, uma vez que os institutos de meteorologia preveem a volta das chuvas em nossa região. Apesar da indefinição quanto aos efeitos do clima na produção, a falta de umidade contribuiu para elevar os preços da soja na Bolsa de Chicago. Os fundos investidores se apoiam na falta de chuvas no Brasil e no excesso delas nos Estados Unidos para justificar os três aumentos consecutivos das cotações.

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Gestores “tarja preta” e o futuro sem líderes

As estatísticas médicas e o relato de alguns dos mais afamados psiquiatras do país deixam bem claro: os gestores brasileiros, tanto na iniciativa privada como nos governos, estão cansados, exaustos, guerreiros pedindo um armistício. Temos uma geração de gestores “tarja preta”.

É possível algum entendimento desse fenômeno. No mundo do trabalho de 30 anos atrás, havia falta de oportunidades e um emprego de gestor proporcionava status e melhores ganhos financeiros. Era para a vida toda. Era a única troca possível - o gestor dava sua vida à empresa ou governo e abria mão da família, de seus desejos pessoais e de suas escolhas. Os filhos dessa geração cresceram vendo pais assustados e estressados. E eles não aceitam um projeto de vida semelhante ao dos pais.

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O fim do desejo de liderar

A estabilidade econômica do país nos trouxe um enorme aumento de oportunidades. Hoje, os filhos dos gestores de outrora podem escolher. Não desejam a vida atribulada de seus pais-gestores, que precisavam cuidar da equipe, motivar, pensar a empresa ou governo, planejar as necessidades, ser amigo, psicólogo das agruras dos funcionários, empresários e clientes ou eleitores. Não estão dispostos a ouvir as críticas incessantes mesmo quando a empresa ou o governo oferece bons resultados. Os filhos dos gestores querem uma causa que os inspire com equilíbrio no seu projeto de vida. Há uma clara repulsa ao estilo de vida dos gestores e não adianta reclamar da falta de líderes e da ausência de talentos nas empresas e nos partidos políticos, porque nós estamos eliminando o desejo de liderar.

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Demora na concessão justifica ex-tarifário desde o pedido

O pessoal que se beneficia do ex-tarifário está rindo à toa. Agora, se a Administração Fazendária demorar injustificadamente a analisar e conceder o benefício, a concessão alcançará a importação realizada entre o pedido do referido benefício fiscal e sua efetiva concessão. O ex-tarifário consiste na isenção ou redução da alíquota do Imposto de Importação (II) de produtos que não tem similares no mercado interno, desde que provados os requisitos. O STJ decidiu que a demora da Administração não pode prejudicar o contribuinte, gerando a esdrúxula situação de, iniciado o procedimento de concessão do benefício, com todos os documentos apresentados, o contribuinte não gozar do benefício, abrindo apenas as portas para que concorrentes paguem o II com alíquota reduzida.

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Terrenos baldios limpos geram economia

Aos proprietários de terrenos vazios, onde se junta todo o tipo de entulhos e lixos, tão comuns em Campo Grande, aqui vai um recado do STJ: o particular, que deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a céu aberto em local onde, apesar da existência de cerca e placas, o acesso seja fácil, responde objetivamente pelos danos sofridos por pessoa que passe pelo terreno e tenha graves queimaduras decorrentes de contato com os resíduos.

Isto significa que os donos de terrenos pelos quais passem pessoas precisam mantê-los limpos, mesmo que não queiram, caso contrário correm sério risco de indenizar eventuais transeuntes queimados por qualquer resíduo, desde que provem que ali passaram. Estas pessoas, segundo o STJ, não precisarão comprovar que houve culpa do dono do terreno. Basta a queimadura e a prova de que passou pelo terreno do incauto proprietário.

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