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Em Pauta

Em Roma como aqui: sexo na política, trânsito, latrinas...

Mário Sérgio Lorenzetto | 04/08/2022 07:00
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É tentador pensar nos antigos romanos como uma versão de nós mesmos. A vida em Roma tinha aspectos que nos são muito familiares. Viver em uma capital com um milhão de habitantes, a maior aglomeração urbana no Ocidente até o século XIX, apresentava problemas que nos são muito conhecidos: desde a paralisia do tráfego (uma lei impedia veículos pesados circularem no centro de Roma durante o dia) até problemas idênticos aos atuais de urbanismo (qual altura para construir prédios no centro e nos bairros).


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Leis inúteis e corrupção.

Os políticos romanos tinham todo tipo de preocupações. Escreveram e aprovaram infinitas e inúteis leis tentando resolver problemas insolúveis. Também criaram uma imensa gama de leis e punições para os políticos e funcionários públicos que enchessem os bolsos com dinheiro público. Parece que havia poucas exceções. Até Marco Túlio Cícero, político, poeta, filósofo e piadista, tido como de reconhecida honradez, deixou um cargo público no exterior com uma pequena fortuna na maleta.


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A relação entre sexo e poder.

Hollywoodiana é a ideia que fazemos dos bacanais romanos. A impressão que passa é que todo e qualquer cidadão romano participava dessas festas regadas a sexo e vinho. Nada mais errado. O romano médio era puritano. Fazia piadas sobre os costumes gregos de homens idosos terem relações com meninos. Mas os bacanais dos poderosos eram reais, gastavam muito dinheiro público com mocinhas. E essas práticas influenciavam eleições. As regras da democracia romana eram muito semelhantes às atuais. E, ao contrário dos gregos, odiavam ditadores, ainda que fossem governados por autoritários famosos.


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Latrina por todos os lados.

"Me encanta esse lugar", exclama Mary Beard, a maior estudiosa dos costumes romanos. O "monumento" a que ela se refere são as latrinas públicas. Defecar, para os romanos, não era sempre um assunto privado. Compartilhavam conversas, comentários, política, negócios e até uma esponja unida a um pau, que utilizavam para limpar-se. Algo que na atualidade se consideraria nem um pouco higiênico. Mary Beard afirma categoricamente que se queremos entender a cultura de um povo temos de conhecer suas latrinas. No centro de Roma havia 144 latrinas. Diz ela que não é possível sabermos quantos assentos tinha cada uma. Também não é possível saber se eram mistas. Mas não há dúvida de que eram muito avançadas quando comparadas com outros povos. Basta comparar com nossos reizinhos Pedro I e Pedro II. Mil anos depois, continuavam defecando no mato. Ou com a atual Campo Grande, onde temos - funcionando eventualmente - uma só latrina pública.


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