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Em Pauta

Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/07/2015 08:10
Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar

A nova onda das casas armadas reflete a insegurança generalizada.

Todas as pesquisas mostram que a população voltou a se armar. Há um forte desejo do retorno às armas. A campanha pelo desarmamento não surtiu o efeito desejado de obtermos um pouco mais de segurança. Pelo contrário, se o desarmamento não contribuiu para diminuir os índices de crimes, houve um aumento da sensação de insegurança. A frase recorrente é a de que os bandidos estão armados até os dentes e os demais cidadãos entregues à própria sorte.

Há um abismo colossal na aferição da qualidade das organizações policiais brasileiras. A Polícia Federal se constituiu, nos últimos anos, apesar da precariedade salarial e instrumental, na polícia almejada pelos brasileiros. Todavia, ela só cuida de pequeníssima parcela do bem estar do cidadão: crime do colarinho branco e tráfico de entorpecentes são seus afazeres prioritários. As demais organizações policiais deveriam cuidar da segurança do cotidiano - mas não cuidam. A diferença começa nos concursos para contratação de policiais. As provas para os federais são complexas e a concorrência é imensa. Para as demais organizações se dá o contrário: provas extremamente simples e pequena concorrência. Após a aprovação, o fosso se amplia entre as organizações policiais. Os federais, são treinados, em média, por dois anos. O aprendizado e os testes são rigorosos e excluem os aprovados nos concursos por pequenas falhas cometidas. Nas demais organizações policiais, o período de treinamento é de, em média, apenas dois meses. Os treinamentos seguem o mesmo padrão dos concursos: simplificação extremada e quase ausência total de rigor nos testes. O resultado é o que todos sabemos (e esperamos): ineficiência e falta de respeito.

Todavia, há outra questão que raramente e considerada: o bandido-herói e policial-heroico que é tratado como bandido. Há uma tendência cultural do brasileiro de transformar os bandidos em heróis da rebeldia, como se criminosos fossem meros jovens rebeldes. E pior, os policiais que sacrificam suas vidas para defender nossa segurança são transformados em delinquentes e brutais gorilas. Basta recordar que recentemente foram ceifadas as vidas de 518 policiais no Brasil e ninguém se propôs a honrá-los devidamente. A cada dia mais armas aparecerão no comércio e nas residências.

Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar
Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar

Qual a idade dos assassinos brasileiros? A pirâmide dos assassinos.

O Mapa da Violência de 2014 mostra que os homicídios nas grandes capitais brasileiras cresceram, em média, 121%, enquanto o aumento no interior foi bem menor: 69%. Outro dado raramente demonstrado é o da "pirâmide dos assassinos"; a idade dos assassinos demonstra que o grupo entre 30 e 39 anos é o que mais mata. Foram 12.961 assassinatos cometidos por homens nessa faixa etária. O segundo grupo é formado por homens entre 20 e 24 anos, com 11.744 assassinatos. O terceiro posto em número de assassinatos cabe aqueles que estão com 25 a 29 anos: eles mataram 9.658 pessoas. O quarto posto é de jovens com 15 a 19 anos que ceifaram a vida de 9.295 pessoas. O quinto lugar é formado pelos que estão com 40 a 49 anos: tiraram a vida de 6.438 vítimas. As demais faixas etárias contam com números muito inferiores a esses 5 grupamentos.

Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar
Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar
Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar

Haja hoje para tantos ontem.

O passado é como o rabo de um cachorro: por mais que o cão o abane, continuará sempre a persegui-lo. O passado não é o que foi. É o que volta. Passado sem regresso não é passado, é esquecimento. Há muitos ontens na vida dos brasileiros. Há o ontem que retorna forte e vigoroso da crise econômica. Quantos ontens como esse superamos? Há o ontem da fragilidade presidencial. Essa é assustadora. Esse tipo de ontem sempre nos levou para a escuridão das ditaduras. Há, ainda, o ontem do parlamentarismo. Ontem, tínhamos um vice presidente frágil que acabou aceitando o parlamentarismo e se viu fugindo para o Uruguai. Mas nunca vimos um ontem com alguns juízes e policiais federai assumindo o poder de fato e de direito outorgado pela população. Obedecendo fielmente as leis ou lendo as normas com os olhos populares. Talvez esse seja um novo amanhã. Alguns poucos juízes, promotores e ministros de toga. Alguns poucos policiais, mal remunerados, e pessimamente apetrechados. A história está sendo escrita com tintas diferentes. Onde nos levará?

Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar
Há uma insegurança generalizada. A população voltou a se armar

Machismo científico.

É notória a pouca representação das mulheres nos cargos mais altos da hierarquia científica. Nas instituições norte-americanas mais prestigiosas de pesquisa, elas são apenas um quinto dos professores titulares, embora respondam por metade dos diplomas de doutorado. O mais estarrecedor ocorre na distribuição do Prêmio Nobel - dos 575 prêmios concedidos desde 1901 para as ciências ditas naturais, apenas 17 (ou 3%) foram para as pesquisadoras. O padrão se repete no Brasil das belas mulheres: na Academia Brasileira de Ciências, só 13% dos membros titulares são mulheres.

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Quem bebe mais cerveja?

A média de litros de cerveja consumidos por adultos durante um ano não traz grandes surpresas. Os austríacos são os campeões com 108 litros. Seguidos pelos alemães que consomem 106 litros. O terceiro posto ficou com os estonianos que consomem 102 litros, seguidos de perto pelos irlandeses com 98 litros por pessoa anualmente. A última posição ficou com os italianos, que consomem tão somente 29 litros anualmente. Os brasileiros não entraram no ranking.

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