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Em Pauta

Lagom, a moderação sueca para uma vida feliz

Mário Sérgio Lorenzetto | 26/12/2017 09:19
Lagom, a moderação sueca para uma vida feliz

O conceito do Lagom não têm uma tradução para o português. Mas pode ser entendido como "nem muito, nem pouco, o justo". Parece que Lagom vem do termo viking "laget om", que é traduzido como "ao redor da equipe", que deriva do costume de passar um chifre cheio de hidromel de mão em mão, tal como nosso tereré, mas assegurando que há a quantidade justa para todo mundo na roda. A palavra "lag" refere-se a um tipo de lei de sentido comum, que todos respeitam.
Assim, a felicidade Lagom é precisamente esse estado em que não se está exaltado, nem eufórico, e sim bem comedido, controlando as emoções. É que para os que seguem a filosofia Lagom a felicidade está no equilíbrio e na moderação que se alcança seguindo uma vida simples e humilde. mas onde nada falta. Sem excessos, não só no econômico, e sim em todos os aspectos da vida.
Se trata, portanto, de enfocar de forma diferente cada ato rotineiro, do dia a dia. Como tomar a quantidade justa de café com leite ou de dar uma massagem com a pressão perfeita. Algo que pode ser refletido em uma série de códigos sociais baseados no equilíbrio, que também podem ser imitados. Alguns deles são: aceitar o convite para passar o fim-de-semana na casa de um amigo, mas levar seus lençóis, porque é justo compartilhar o peso da lavagem; comprar um carro prático, ainda que não seja o veículo mais bonito; pintar só uma parede que destaque na sala e deixar o resto de cor branca, porque pintar toda a sala seria exagerado; pintar os lábios de vermelho vivo, mas maquiar o resto de maneira discreta; pedir um sanduíche mas sem as batatas fritas, porque a moderação é uma virtude.

Lagom, a moderação sueca para uma vida feliz

O endividamento e o Natal.

Todos gostamos de uma boa festa de Natal, de ter a família reunida à mesa, do sentimento de união e pertencimento que se reforça nesta época festiva. Isto é o Natal. O consumo desenfreado nada têm a ver com o Natal, é uma disfunção individual. Também pode ser uma forma de compensar a atenção que não foi dada aos filhos e aos familiares durante o ano, uma forma de colmatar alguma frustração, uma atitude de exibicionismo. Infelizmente, para muitos, o Natal é apenas e só isso: compras, sem sentido nem sentimento.
Perdoem-me os comerciantes e industriais, que precisam vender e faturar, mas voltemo-nos a centrar no essencial: o nascimento e a família.
Uma das consequências do deslumbramento com o falso crescimento que o Brasil teve, foi o endividamento familiar. Assustador. Ainda hoje algo com 58% das famílias brasileiras estão devendo alguma coisa. Essa é uma das mais importantes fragilidades estruturais legadas pelo governo anterior que ainda não foi equacionada. Junto com o desemprego, é o mal que precisa ser resolvido. Muito mais importante que tudo que foi feito, incluindo nessa conta a previdência e qualquer outro instrumento utilizado até o momento.
O momento é de equacionar o dinheiro que existe na família, bem utilizá-lo para que o Natal de 2018 não seja um momento de desagregação familiar. Não há nada que dinamite mais a família que as dívidas. Não há ideologia, partidarismo, nem vertentes econômicas que possam substituir a família. Ou ela, ou o vazio consumista... Não há Natal que nos embale mais para o ano vindouro que uma bela massa que custa apenas R$15. Não há presente melhor que o escolhido com todo o carinho que um pai possa ter por seus filhos, e que custe tão somente R$20.

Lagom, a moderação sueca para uma vida feliz

Telômeros, a ciência se aproxima da fonte da juventude.

É uma lenda antiquíssima, se crê que a primeira referência à fonte da juventude se encontra nos textos de Heródoto, datados de 2.500 anos. Essa procura, atravessou os tempos e culturas como expressão da ânsia de imortalidade do humano, de seu temor da velhice e da morte. Lendas do medievo europeu como a pedra filosofal, lugares mágicos procurados até a insanidade no Novo Mundo ou a água da vida que Alexandre Magno perseguiu em suas conquistas dão o testemunho dessa busca.
Os métodos mudaram e a ciência substituiu - não totalmente - a alquimia. Há décadas a ciência estuda o processo de envelhecimento e, agora, encontrou uma chave desse processo. Passamos milhares de anos procurando a fonte da juventude no mundo exterior a nosso corpo e tudo indica que a fonte da juventude está dentro de nosso organismo. No final de nossos cromossomos encontramos uma estrutura de proteção denominadas telômeros. São essenciais para a estabilidade do genoma. Todavia, apesar de sua importância, cada vez que nossas células se dividem os telômeros vão desgastando, encurtando. Essa diminuição de tamanho leva ao mal funcionamento de órgãos e tecidos, e à morte. O "antídoto" contra esse encurtamento dos telômeros é uma enzima denominada telomerase. Todos a produzimos, todavia somente funciona em nossa fase embrionária. É nessa época que a genética de cada um também determinará o tamanho dos telômeros. O resto do tempo de nossa vida, a telomerase fica quieta, inativa. Só há uma exceção para que a telomerase volte a funcionar: câncer. Os estudos sobre o câncer vem ensinando o papel fundamental da telomerase. Essa enfermidade terrível, que mata milhões de pessoas por ano, está dando as pistas que podem nos levar à fonte da juventude, ou pelo menos a diminuir a velocidade do envelhecimento.

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