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Em Pauta

Lei que falta: proibir soltar rojões barulhentos

Mário Sérgio Lorenzetto | 24/05/2018 09:14
Lei que falta: proibir soltar rojões barulhentos

Em janeiro de 2018, o site do Senado abriu consulta pública sobre a proibição de fogos de artifício barulhentos e rojões em todo o país. Esses estampidos desnecessários prejudicam a paz e tranquilidade de crianças pequenas, enfermos, idosos, cães e gatos. A ideia legislativa necessita de 20.000 apoios para ser debatida pelos senadores. Eles não pensam em outra coisa que não seja angariar votos.

Esqueçam, só um milagre levará à votação tal projeto. Na casa de leis vizinha - Câmara de Deputados Federais - também tramita um projeto de lei de autoria de um deputado de São Paulo. Saiu de pauta porque o relator esqueceu de apresentar seu trabalho. Desfaçatez. As duas iniciativas não têm chance alguma de prosperar.

Para crianças autistas, o estrondo dos fogos de artifício chegam a produzir convulsões pois passam a enfrentar maiores dificuldades em regular as informações sensoriais que recebem. Também não é raro produzirem mortes de cães por enforcamento em coleiras, fugas desesperadas em rumo à roda de um carro, bem como auto-mutilamento e distúrbios digestivos. Conforme a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, acidentes com fogos de artifício resultaram em 122 mortes de rapazes, a maioria menores de 18 anos. Ontem, na Espanha, uma loja de fogos de artifício estourou. Matou uma pessoa e feriu, gravemente, outras 26 pessoas.

Centenas de acidentes como esse, ocorreram no Brasil sem que tomem providências. Há dezenas de Câmaras de Vereadores que aprovaram projeto proibindo esses rojões barulhentos. Quase todas em São Paulo e Minas Gerais. Muitos municípios festejaram o Ano Novo sem essa praga desagradável. Avizinha-se a Copa do Mundo. A cada gol brasileiro, centenas de estrondos serão ouvidos para alegria de alguns e desgraça de tantos outros. A seguir, teremos a campanha eleitoral e esse barulho, por vezes ensurdecedor, serão ouvidos. Será que Campo Grande têm vereadores que pensam no bem estar de crianças, idosos, autistas, cães e gatos? Ou só existem para procurar por votos...

Lei que falta: proibir soltar rojões barulhentos

Há excesso de parentes na política, mas há um Parente exemplar.

Não há bancada em Brasília que tenha a força da bancada dos parentes. Bancada do boi? insignificante perto dela. A da bala é ainda menor. Quase sete em cada dez parlamentares têm familiares na política. Totalizam 319 deputados e 59 senadores. Quem consegue competir com tal grandeza?
O nepotismo está alastrado, desde sempre, por todos os órgãos e gabinetes do serviço público. Não propagandearam, mas era na Petrobras que esse costume fez-se lei. Estava em todos cantos. Percebam o tempo do verbo: "estava".
Considerada por décadas, a mais valiosa das empresas brasileiras, a Petrobras caiu depois de ser usada e abusada. Principalmente pelos aparentados. Afilhados de toda a ordem tomaram cargos e funções. Resultado: em 2016, no governo Dilma, a empresa somava uma dívida de R$450 bilhões, valia no mercado um terço de seu potencial, apresentava alarmantes R$1,2 bilhão de prejuízos anuais e produzia tímidos 2,6 milhões dia de barris.
Com a queda da presidenta, foi nomeada uma administração baseada em critérios técnicos. Acabou a farra. Adiós à esculhambação e politicagem. Diminuiu a dívida. Devolveu à empresa o título de mais valiosa da bolsa de valores. Transformou o prejuízo em lucro. Aumentou o faturamento e passou a produzir mais.
Há dois anos o lobby do parentesco desapareceu. Fez dois. Deveríamos festejar. Isso ocorreu desde que tomou posse um gestor que prometia acabar com o mofo dessa velha escola. E acabou mesmo. E que se chama, por ironia, Parente. O único político em quem votaria se fosse candidato a presidente. Todo cuidado é pouco para não detonarmos sua profícua gestão.

Lei que falta: proibir soltar rojões barulhentos

Série da Netflix trás de volta "Bella Ciao", o hino da democracia.

"Lá Casa de Papel" é a série europeia de maior sucesso na Netflix. Todo fã dessa série conhece "Bela Ciao", a canção entoada pelos protagonistas em momentos-chave da trama.
Muitas pessoas, especialmente os mais jovens, podem não saber mas "Bela Ciao" tem uma história belíssima de resistência e luta pela democracia. Essa não é uma canção feita para o famoso seriado da Netflix.
A música foi o hino da resistência italiana contra o fazíamos e o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. Essa referencia aparece na série espanhola. A personagem "Tóquio " ao falar do mentor do grupo de assaltantes - sim, "La Casa de Papel trata de um mega assalto - diz que: " A vida do professor girava em torno de uma única ideia - resistência . Seu avô que tinha ficado ao lado dos "partigiani" (como são chamados os heróis da resistência na Itália) lhe havia ensinado essa música é, depois, ele nos ensinou", diz ela em uma cena.
No dia 25 de abril, quando a Itália celebrava 73 anos de sua libertação do nazifascismo, a música foi entoada em todas as cidades do país.
E ela vaga por todo o mundo. No governo de Silvio Berlusconi, era o ponto de união de todos os partidos que lhe faziam oposição. Também foi entoada em Hong Kong, nos atos pró-democracia de 2014. E os argentinos há pouco tempo a parodiaram em uma manifestação por aumento salarial. Cantaram para o governo Macri: " queremos aumento e Macri tchau,tchau,tchau".

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