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Em Pauta

Meu professor é um robot

Mário Sérgio Lorenzetto | 28/02/2018 08:27
Meu professor é um robot

Não têm um MBA nem doutorado por Harvard. Tampouco graduação em economia. Nem sequer é de maior idade. Nasceu em 2014, no Japão. E ainda assim era o principal orador na Escola de Negócios Esalde, acompanhado por El País, na Espanha. Pepper é um robot. E diante de um auditório curioso confessa que está nervoso. "É meu primeiro dia diante dos estudantes", assegura levantando risadas.

Pepper foi desenvolvido pela japonesa Softbank Robotics. Logo começa a aula. De vez em quando solta uma gargalhada, depois de uma piada. Explica a globalização dos aviões: " as asas são produzidas na Inglaterra, as portas na França, outros componentes na Coreia do Sul... A internacionalização é uma oportunidade para os negócios", explica Pepper. Também submete os alunos a dois exames. Um breve, onde eles devem definir as estratégias de expansão de marcas como Apple, Volks e Zara e outro mais complexo com quatro perguntas.

A inteligência artificial chegou à escola. Exclama, ri, conta piadas, levanta os pequenos bracinhos e é um grande conversador. Pode tratar de todos os temas que for inquirido. Ao final, quando se despede, Pepper não pode evitar: "Dê-me um abraço", diz ao professor humano do curso de economia.

Meu professor é um robot

A intersecção da neurociência com a educação.

Uma das maiores modas no mundo - ainda não chegou ao Brasil - é conectar a neurociência com a educação. Cada vez mais, os pedagogos cedem terreno aos neurocientistas. A comunidade educativa busca soluções de forma desesperada e quando aparece uma moda, se agarram a ela como a uma tábua de náufragos. Há estudos sobre o poder sedutor da neurociência que demonstra que quando uma informação vai acompanhada de uma imagem de um cérebro ou da palavra "neuro", é mais crível, é até mais sexy. Há que ter cuidado pois existem muitos "neuromitos".

Por exemplo, alguns pais e alunos acreditam que fazer sudokus, treinam suas mentes e serão mais inteligentes. Só conseguiram ser craques em sudokus, nada mais. Também está na moda professores dizerem que prepararão seus alunos para exercitar mais seu lado direito do cérebro, considerado mais criativo. O lado esquerdo é considerado mais lógico. Temos milhões de axônios que conectam os dois hemisférios continuamente, qualquer trabalho depende dos dois lados. São visões simplistas do cérebro, concepções falsas.

Por outro lado, é verdade que o cérebro das crianças e jovens do século XXI estão se adaptando a reter menos dados. Imaginam que toda a informação do mundo está no "Google". Essa tendência humana não elimina a memória, apenas é desviada para outros cantos do cérebro, para cumprir outras funções. Há que ter claro que a criatividade não nasce do nada e sim do conhecimento. E assim, joga um papel elementar a memória.

Os cérebros dos adolescentes não podem ser comparados com o de um adulto de 30 anos. Têm um substrato neural das emoções muito mais reativo que o de um cérebro adulto. São mais impulsivos. Buscam mais o prazer. A ciência sabe que se a demanda não aparece, o amadurecimento cerebral também não surgirá do nada. Por isso, a adolescência está se alargando. Ter um trabalho, família, casa é uma necessidade que está sendo atrasada a cada dia.

Mas a demanda adulta pode existir quando esse "jovem de largo prazo" contribui com dinheiro ou compromissos na casa dos pais. O que ainda é inaceitável é o "jovem de 40 anos" estar na casa dos pais jogando videogame.

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Acidez cerebral estaria associada a crises de pânico e esquizofrenia.

O cérebro humano frequentemente passa por mudanças de acidez. Uma das principais causas desses picos temporários é o CO2, que é constantemente liberado à medida que o cérebro quebra os açúcares, que a ele chegam, para gerar energia. A química em uma cérebro saudável tende a permanecer neutra devido à respiração, que expele o CO2. Breves flutuações de aumento do pH tendem a passar desapercebidas. Mas um crescente volume de pesquisas sugere que, para algumas pessoas, mesmo ligeiras mudanças na acidez podem estar associadas a síndrome do pânico e esquizofrenia.

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