Campo Grande, a cidade que nasceu sem saber que existia, volta a se perder
O dia 26 de agosto de 1.890 seria um dia de grandes festividades na Vila de Santo Antônio de Campo Grande. Os sinos tocariam sem parar, foguetórios, aglomerações, churrasco e muita musica. Só que não. Essa não é nossa história. O governo estadual assinou a emancipação da vila, criando o município de Campo Grande, mas ninguém soube. Pode parecer inacreditável, mas C.Grande nasceu sem saber que existia. Não existia radio. Telefone era um aparelho de ficção cientifica. O telegrafo era um projeto. E o correio existia…só no papel.
Quem foi o primeiro prefeito?
O primeiro prefeito eleito foi Bernardo Franco Baís. Todavia, por ele mesmo entender que poderia estar contra as leis do Brasil, renunciou. Era italiano. Um dos mais importantes comerciantes da região, gozava da confiança e simpatia dos pouco mais de 180 eleitores. Em seu lugar, assumiu o vice-prefeito, conhecido com Chico Mestre. A prefeitura foi instalada em sua casa e não tinha um só funcionário por bom tempo. Pouco sabemos de sua administração, mas nada ocorreu que pudesse conspurcar sua imagem.
Um povo que sabia votar. Desaprendeu?
Ao longo da história, C.Grande criou uma fama impar: seu povo sabia escolher os homens que iriam administrá-la. Entre medianos e ótimos gestores, seus cidadãos se gabavam dessa façanha. Comparavam com São Paulo e Rio de Janeiro, cidades que desde há muito tempo vota em péssimos administradores. Nos últimos anos, a comparação passou a ser feita com Dourados. Sempre no mesmo tom orgulhoso: somos ótimos em escolher prefeitos. Mas a história também pode ser perversa. Passamos a escolher péssimos prefeitos. A inglória começa na reeleição de Nelsinho Trad. E virou maldição. Uma sucessão de prefeitos da pior qualidade transformaria a Capital dos sul-mato-grossenses em motivo de piada. E tristeza para aqueles que aqui resolveram residir. Bernal, Olarte, Marquinhos, Adriane…. a desgraça se abateu sobre a cidade. O fundo do buraco é ainda mais profundo.
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