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Em Pauta

Não bastou a Petrobras, destruíram também a Eletrobrás

Mário Sérgio Lorenzetto | 25/08/2017 08:40
Não bastou a Petrobras, destruíram também a Eletrobrás

Segundo a gestora 3G Radar os governos Lula e Dilma perderam R$ 228 bilhões na Eletrobrás. O valor calculado pela 3G, que é acionista da Eletrobrás, não está associado a investimentos eficientes ou melhoria da qualidade de serviços. Não houve ganhos reais em investimentos, conforme a gestora, quem ganhou foram as empreiteiras, fornecedores e políticos.
O tamanho do desastre na Eletrobrás é gigantesco, corresponde a 4% do PIB ou 7% da dívida pública. Mas há ainda outros rombos. As perdas acumuladas pelas seis distribuidoras da Eletrobrás são calculadas em R$41 bilhões. As distribuidoras do Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Alagoas e Piauí foram federalizadas e deveria ser privatizadas, mas com a mudança de orientação do governo em 2003, acabaram ficando com a Eletrobrás. A gestora ressalta que "com o dinheiro perdido, a Eletrobrás poderia ter construído uma nova rede de distribuição no Brasil".
O caminho da privatização parece ser o correto, mas é muito difícil acreditar que as contas de energia serão reduzidas. Como sempre, quem paga a conta é a população.

Não bastou a Petrobras, destruíram também a Eletrobrás

Do credor comunista ao devedor capitalista. A ascensão do dinheiro.

A despeito de todo nosso preconceito profundamente enraizado contra o "lucro imundo", o dinheiro é a raiz da maior parte do progresso na história mundial. A ascensão do do dinheiro tem sido essencial para a ascensão do homem. Longe de ser o trabalho de meros exploradores cuja intenção é sugar o sangue das famílias endividadas ou jogar e especular com as poupanças de viúvas e órfãos, a inovação financeira tem sido um fator indispensável no avanço do homem.
Os bancos proveram a base material para os esplendores do Renascimento italiano. A finança corporativa foi o alicerce indispensável do Império Britânico e do Holandês, exatamente como o triunfo dos Estados Unidos foi inseparável dos avanços dos seguros, no financiamento de hipotecas e no crédito ao consumidor.
Atrás de cada fenômeno histórico grandioso existe um segredo financeiro. Os problemas da monarquia francesa não,poderiam ser resolvidos sem uma revolução, porque um assassino escocês condenado havia arrasado o sistema financeiro francês ao desencadear a primeira bolha é a primeira explosão no mercado de ações. Foi Nathan Rothschild, tanto quanto o Duque de Wellington, que derrotou Napoleão em Waterloo. Foi a insensatez financeira, um ciclo autodestrutivo de infrações e de desvalorizações que transformaram a Argentina, sexto país mais rico do mundo nos anos 1880, no país falido que é hoje. Como o Brasil não poderia perder para seus hermanos, uma dupla dos,piores economistas de nossa história - Dilma e Mantega - gastaram todo o dinheiro do país. Não contentes com seu experimento "revolucionário", nos endividaram em um patamar que nunca havíamos imaginado.
Mas não há história do dinheiro mais perversa que a que hoje assistimos nas relações financeiras entre a China e os Estados Unidos. É a história do inimigo comunista que se tornou o grande credor do grande devedor capitalista. É uma grandiosa crise do dinheiro que sinaliza o crepúsculo da supremacia global norte-americana. É o inverso é verdadeiro. É uma grandiosa capacidade de economizar dinheiro que vem transformando a China no país mais próspero do mundo. Não há exceção: atrás da queda ou ascensão de um país está o dinheiro, estão os financistas. Os políticos? Talvez.

Não bastou a Petrobras, destruíram também a Eletrobrás
Não bastou a Petrobras, destruíram também a Eletrobrás

A menina sem medo.

Wall Street é uma das regiões mais conhecidas de N.York, por dar residência à Bolsa de Valores e por evocar os magnatas das finanças, a riqueza do mundo. Se a região representa o poder, também representa o que há de mais antipático para a maioria das pessoas. Os milionários de Wall Street sabem que sua imagem não é negativa, pois, enfim, desatam crises como as que vivemos agora. As instituições financeiras em todo o mundo procuram lavar suas péssimas imagens com todo tipo de ações destinadas a influenciar a opinião pública. No pantanal, uma escola. No futebol, financiam times com mais e mais dinheiro quanto maior sua imagem de agiotas. A mais recente e significativa é a "Menina sem medo", uma estátua de bronze em Wall Street que representa uma menina que enfrenta, decidida, um touro brutal. Não há turista que não a conheça.
A "menina sem medo" desatou uma polêmica. Para muitos ela representa o ideal de que nenhum sonho é demasiado grande, nem nenhuma meta está demasiadamente distante. Há outros que asseguram que a menina é uma banalização do feminismo, já que representaria as mulheres que dirigem suas empresas, mas as representaria como encantadoras e inofensivas meninas. São duas obras de arte. Uma enfrentando a outra. Isso permite tanto espectadores em grande número (e fotos) como interpretações equivocadas. A história de ambas esculturas é bem diferente.
O "touro de Wall Street" é uma estátua de bronze de um touro que investe, que ataca, ali colocada pelo artista Arturo Di Modica em 1986. O turista pouco informado pode considerar que representa a força do dinheiro, ou seu poder, mas está totalmente equivocado. A escultura foi algo como um grafite de três toneladas que Di Modica propôs como arte de guerra, destinado a criar uma cena da força e do poder do povo norte-americano frente aos abusos das firmas financeiras. A prefeitura de N.York considerou a estátua do touro como um ato de vandalismo, mas os cidadãos, adorando o que ela representa, obrigaram as autoridades a aceitar o touro. Hoje é um dos ícones da cidade. Está presente nas fotos de qualquer turista. Permanece no mesmo lugar, após uma luta renhida que, inicialmente, só poderia ficar por um ano. O certo é que nenhum prefeito teve a coragem de enfrentar a impopularidade de retirar o touro.
A "menina sem medo", também de bronze, pesa apenas cem quilos e é parte de uma campanha publicitária realizada por três grandes firmas financeiras, as maiores do mundo. Instalaram a menina sem medo enfrentando o touro, isto é, as empresas financeiras enfrentando o povo norte-americano usando como desculpa a celebração do êxito de um de seus braços. O fundo "Gender Diversity Index" agrupa as grandes empresas com maior nível de igualdade em seus postos diretivos. Uma placa aos pés da estátua da menina sem medo diz: "She makes the difference" (Ela marca a diferença).
Na opinião do artista Di Modica, a menina sem medo altera completamente a mensagem do seu touro e longe de reivindicar o papel da mulher nas empresas, constitui uma contestação ao que o touro representa. As instituições financeiras usando a imagem de uma cândida menina, enfrentam o povo.

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