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Em Pauta

Natureza sábia: os bebês não falam para não se engasgarem

Por Mário Sérgio Lorenzetto | 06/06/2025 06:25
Natureza sábia: os bebês não falam para não se engasgarem

Os pais já sabem: criança comeu ou bebeu, tem de arrotar. É obrigação. Não pode falhar. De onde vem esse conhecimento ancestral? Só recentemente a ciência começou a explicá-lo. Iniciou a entender a fala. Há uma enorme mobilidade no espaço da boca e da garganta - cerca de 225 músculos são ativados por segundo para possibilitar a vocalização de palavras. É uma maravilhosa orquestra sinfônica dentro da boca.


Natureza sábia: os bebês não falam para não se engasgarem

Animais respiram e bebem ao mesmo tempo, mas não falam.

Na quase totalidade dos animais há uma norma. Existe uma espécie de membrana a separar a boca das narinas e canal digestivo. Isso lhes permite respirar e beber ao mesmo tempo. Os seres humanos, por sua vez, estão sujeitos a engasgarem-se. Não é por acaso que os bebês apresentem, até ao terceiro mês de vida, o aparelho vocal semelhante ao dos demais mamíferos. Serve para proteger o aparelho respiratório contra a entrada acidental de alimentos. A história da natureza introduziu, portanto, uma espécie de válvula de segurança para as crianças menores, no desenvolvimento do aparelho vocal.


Natureza sábia: os bebês não falam para não se engasgarem

Boca e garganta semelhantes a dos macacos.

Os recém-nascidos não sabem falar e, antes de começarem a fazê-lo, gesticulam e gritam. No que concerne à boca e à garganta, assemelham-se mais aos macacos do que aos adultos. E esse fato vem de nossa mudança evolutiva.


Natureza sábia: os bebês não falam para não se engasgarem

Há cem mil anos atrás.

Naquela época, o homem de Neandertal teria uma capacidade de fala com poucos sons vocálicos e consonantais. Ele não falou como nós falamos. Dispunha do som da letra “E”, mas não do “A”, nem do “I”, tampouco do “O”. Nas consoantes, dispunha do “D”, do “B” e “F”, mas não do “G” nem do “K”. Ocorreram mudanças não só na boca, mas também no sistema neuronal para que pudéssemos emitir essa enormidade de sons que hoje usamos.


Natureza sábia: os bebês não falam para não se engasgarem

O talento da aprendizagem acústica.

O que mais impressiona os cientistas é a capacidade humana da aprendizagem acústica. Com cerca de 1 ano de idade, a criança começa a dizer as primeiras palavras. Aos 18 anos, o seu vocabulário abrange cerca de 60 mil palavras. É um salto espetacular. Do zero a 60 mil em meros 18 anos. A criança aprende um vocábulo novo a cada noventa minutos. O ser humano é um alegre e talentoso macaco de imitação, que não ouve apenas os outros, mas também a si mesmo. E isso, também somos capazes de aprender sozinhos, usando um mínimo de imitação.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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