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Em Pauta

Petróleo: "tempestade perfeita" deixará marcas

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/05/2018 09:01
Petróleo: "tempestade perfeita" deixará marcas

Períodos de subidas rápidas no preço do petróleo sempre penalizaram a economia. Os preços do barril do petróleo estão sendo negociados nos máximos de quatro anos atrás. E a subida pegou um elevador rápido. Em 2018 o barril de brent já foi valorizado em mais de 20%. Ultrapassou recentemente a fronteira dos US$80. No início de 2016 chegou a valer menos de US$30, ainda que por poucos dia. Cotações altas do petróleo não são boas para a economia. Ainda pior quando os ganhos dos países exportadores acontecem de forma muito rápida.

"Subidas acentuadas dos preços do petróleo, levam frequentemente a períodos de fraqueza econômica", afirmam os especialistas do banco alemão Commerzbank, uma das principais referências mundiais no assunto. Explicam que quando os preços sobem muito rapidamente "os automobilistas gastam mais dinheiro no posto de combustível, ficando com menos dinheiro para outros objetivos de consumo ou, então, têm de reduzir a taxa de poupança". Essa equação, inevitavelmente, têm reflexo no andamento da economia. E desta vez, não deverá ser diferente.

Os analistas do Commerzbank estimam que os preços do petróleo provavelmente não subirão muito mais. Mas mesmo assim, já existirão danos na economia. E entre os vencedores e vencidos da nova atitude arrogante de Trump, o Brasil terá seu crescimento atingido. Por um lado a OPEP e a Rússia acordaram limitar sua produção. A Venezuela fez uma redução induzida politicamente. E a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear do Irã foi a chispa que produziu o incendiário aumento dos preços do barril. As esperanças de que os preços não venham a crescer ainda mais estão concentradas na promessa da Arábia Saudita de aumentar a produção.

Petróleo: "tempestade perfeita" deixará marcas

Ano de eleições na América Latina. Além de votar, terão de rezar.

Tal como no Brasil, o principal nome da esquerda mexicana vem dominando as pesquisas eleitorais. As diferenças radicais de discurso, nos campos econômico, político e social, aqueceram o gigante país centro-americano a quatro meses do sufrágio de julho.

Nem só das eleições de outubro do gigante sul-americano vive a América Latina neste ano. Além de brasileiros e mexicanos, também colombianos, paraguaios e equatorianos irão às urnas. E ainda há as "urnas meia-boca", ou se preferirem, "sem boca". Venezuelanos e cubanos também votarão. Nesses dois países, até as formigas sabem o resultado: Maduro e Miguel Díaz-Canel comandarão o que já estão comandando. Ditaduras assumidas ou envergonhadas.

O tráfico de drogas, coração e nervo da guerra civil carioca, é tema também no vizinho Paraguai, onde Comando Vermelho e PCC, empresas do crime made in Brazil, já entraram e dominaram. O governo de Mato Grosso do Sul junto com a FIEMS, incentivaram indústrias brasileiras transferirem suas plantas para o Paraguai. Só o PCC e o Comando Vermelho resolveram embalar os pacotes de maconha no Paraguai e distribuí-los no Brasil. A violência que o tráfico origina é preocupação de todos os países que irão às urnas, mas é sobretudo do México e de seus monstruosos cartéis. O México é, ainda, a principal vítima do discurso medieval de muros de Trump.

Como as coisas estão, para não andar para trás, além de votar bem, os eleitores terão de rezar a Nossa Senhora de Guadalupe, se forem mexicanos, ou a Nossa Senhora Aparecida se forem brasileiros. Faltarão santos.

Petróleo: "tempestade perfeita" deixará marcas

Por onde anda o dinheiro do mundo ocidental?

A acumulação de capital no balanço das empresas não financeiras, leia-se dinheiro que não pertence aos bancos - não têm parado desde a crise financeira. Segundo números divulgados pelo relatório macroeconômico da consultoria Euler Hermes, essas empresas têm hoje 9,5% da riqueza mundial nos "bolsos". E não sabem onde investir. O Brasil, com sua elevada taxa de juros, seria um ótimo porto para desaguar parte dessa fortuna se os políticos não errassem tanto.

A acumulação de capital atingiu um novo recorde no ano passado, com as empresas não financeiras alcançando 6,1 bilhões de euros em capital. Elas acumularam mais 2,9% no ano passado em comparação com 2015, intensificando a tendência de anos anteriores. Em comparação com 2010, foi um crescimento de 34% de dinheiro "guardado".

É no setor da alta tecnologia que mais dinheiro têm sido acumulado pelas empresas, tendência sentida nos Estados Unidos, onde a alta tecnologia acumula 71% do dinheiro "poupado" do mundo ocidental. Quase metade desse dinheiro está concentrado na Apple, Microsoft, Alphabet, Oracle e Cisco. A consultoria espera para este ano uma suavização dessa montanha de dinheiro acumulado sem porto para ser despejado. Acredita que se Donald Trump der sequência à ideia de repatriamento de lucros poderá levar uma parte considerável desse dinheiro, mas, tal como no Brasil, o problema está na inconstância do pensamento dos políticos.

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