Um menino exausto, ajudante de cozinha, criou o panetone
A cozinha medieval italiana nos palácios era o lugar mais importante do prédio. O calor e a umidade tornavam o ambiente quase irrespirável. Por lá, mais de uma dezena de pessoas se exauriam. Cuidar do fogo, matar e limpar os animais, escolher as verduras e hortaliças, misturar vários itens em sopas grossas…tinham de tomar muito cuidado pois o perigo de incêndios e acidentes rondavam a cozinha. Alguns deles eram apenas meninos e meninas, ajudantes. Em Milão, o palácio da família Sforza, ainda completo nos dias atuais, no final do século XV, tinha um menino chamado chamado Toni.
Toni dormiu.
Na véspera do Natal de 1.495, a corte dos Sforza banqueteavam. Na cozinha, o chef estava ocupado com a preparação de diferentes pratos. Pediu ao menino que cuidasse do forno onde preparavam grandes biscoitos para o desfecho da festa. Toni, no entanto, exausto pelo trabalho, adormeceu por alguns minutos e os biscoitos queimaram. O jovem, com medo do chef decidiu sacrificar os ingredientes da massa que seria preparada para o pão de Natal. Ele misturou farinha, ovos, o caríssimo açúcar, passas e frutas cristalizadas, até obter uma massa macia e muito fermentada. Assou e serviu no banquete. O resultado foi um sucesso retumbante. E Ludovico Sforza, o chefe da famila, passa a chamar essa iguaria de “Pão de Toni”. Ao longo dos anos, se tornou popular em toda a Itália com o nome de “Panetone”. Provavelmente é uma das belas lendas italianas.
Brasil, o terceiro maior consumidor.
O panetone chega ao Brasil com os imigrantes italianos do inicio do século passado. Depois da Itália e do Peru, nosso pais é o que mais consome esse pão natalino. É também brasileira a empresa que mais produz panetones no mundo: a Bauducco. Fundada em 1.952, em São Paulo, a empresa conta com seis mil funcionários no Brasil e nos EUA. Produz 300 mil toneladas de panetone por ano e fatura mais de 700 milhões de dólares, algo como 3 bilhões de reais anualmente.
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