ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MARÇO, QUINTA  28    CAMPO GRANDE 28º

Em Pauta

Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir

Mário Sérgio Lorenzetto | 19/04/2015 07:05
Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir

O suicídio no local de trabalho é um fenômeno novo.

Campo foi abalada por quatro suicídios em curto espaço de tempo. É preciso refletir sobre as causas dos suicídios. Uma das mais importantes é a protagonizada no mundo do trabalho. O fato das pessoas das pessoas suicidarem-se no local de trabalho tem obviamente um significado É uma mensagem extremamente brutal, a pior que se possa imaginar. Todavia, não é uma chantagem, porque essas pessoas não ganham nada com seu suicídio. ela é dirigida à comunidade onde trabalham, aos colegas, ao chefe, aos subalternos, à empresa.

No passado não havia suicídios na indústria. Eram os agricultores que se suicidavam por causa do trabalho, especialmente os assalariados agrícolas e os pequenos proprietários cuja atividade estava sendo destruída pela concorrência das grandes explorações. Ainda há suicídios no mundo agrícola. Nos últimos anos com a utilização de algumas ferramentas de gestão como a avaliação individual do desempenho, a exigência de "qualidade total" e a "terceirização" o mundo do trabalho "virou de pernas para o ar". Ocorreu um agravamento das doenças mentais ligadas ao trabalho. Em condições extremas de injustiça e de assédio que hoje em dia se vive nas empresas e em alguns serviços públicos, passou a existir um tipo de sofrimento que conduz ao isolamento, ao desespero e à depressão. O pior de todos é a avaliação individual.

Essa avaliação individual é uma técnica extremamente poderosa que modificou totalmente o mundo do trabalho, porque pôs em concorrência cada um indivíduo contra todos os demais. Ela gera medo. E como as pessoas estão competindo entre elas, o êxito dos colegas constitui uma ameaça. O mundo do trabalho foi totalmente alterado e tornou-se mais precário, mais frágil. Pode ser definido por: " O que eu quero é que os outros não consigam fazer bem seu trabalho". Rapidamente, as pessoas aprendem a sonegar informações, a fazer circular boatos, e aos poucos, todos os elos que existiam na empresa (a atenção aos outros, a ajuda mútua, a consideração com falhas) acabam por ser destruídos. As pessoas não se falam, não olham umas para as outras, e quando uma delas é vítima de uma injustiça, quando é escolhida como alvo de assédio ou perseguição, ninguém se mexe...O que mudou não foi o assédio ou perseguição e sim a solidariedade que desapareceu.

Quando alguém era assediado ou perseguido, beneficiava-se do olhar dos outros, da ajuda dos outros, ou simplesmente do testemunho dos outros. Agora estão sós perante o assediador ou perseguidor - é isso que é penoso suportar. Descobrimos que as pessoas com quem trabalhamos há anos passaram a se acovardar, que se recusam à solidariedade. É nesse ponto que se torna difícil sair do poço, sobretudo para aqueles que gostam de seu trabalho, para os mais envolvidos profissionalmente. Envolver-se demasiadamente no trabalho passou a ser perigoso. Isso gera um dilema terrível. As pessoas passaram a se suicidar por causa do trabalho, portanto não podemos dizer aos nossos filhos, como os nossos pais nos disseram, que é graças ao trabalho que podemos nos emancipar e conquistar a realização pessoal. Hoje, somos obrigados a dizer a nossos filhos que é preciso trabalhar, mas não muito. É uma mensagem totalmente contraditória.

Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir
Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir

A fantástica fábrica de dinheiro.

De onde vem uma nota de R$10 ou uma moeda de R$1? Elas são feitas na Casa da Moeda. São três imensos prédios localizados no Bairro Santa Cruz, no Rio de Janeiro. Uma fábrica é para as cédulas de papel, outra para as moedas e a terceira para documentos como passaporte e carteira de motorista. Nelas trabalham quase 2 mil funcionários. É claro que, por causa da grana alta que sai de lá, o lugar é o mais protegido do Brasil. Tem um super esquema de segurança. Crachás especiais para os funcionários. Só entram na sala onde trabalham. Câmeras por todos os lados. Quantidades pequenas de materiais que serão transformados em cédulas e moedas (apenas para dois dias de trabalho). No fim de cada dia de produção, toda a grana é conferida e lacrada e passa a ficar sob a responsabilidade do Banco Central, que vai enviando para a rede bancária paulatinamente. A Casa da Moeda têm capacidade para produzir 2 bilhões de cédulas e 1,2 bilhão de moedas a cada ano.

Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir
Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir

Nem soja, nem milho, chegou a hora do sorgo? Procura chinesa incentiva o plantio.

Considerado o primo pobre do milho, o sorgo se tornou o grão da vez no mercado mundial graças à China. Em busca de alternativas mais baratas para a ração animal, os chineses deflagraram uma ofensiva de importação de sorgo que já mexe com as intenções de plantio nos Estados Unidos e na Argentina. O Brasil está atrasado nessa nova "janela de oportunidades".

Ninguém sabe ao certo quantas toneladas a China pretende importar, mas há grande expectativa. A outra notícia é a de que a China está investindo pesadamente em sua produção de milho, a intenção é garantir sua independência. A FAO, órgão da ONU, prevê um declínio de mais de 8 milhões de toneladas no comércio mundial de milho já para a safra 2014/2015. A mesma entidade prevê uma elevação de quase 4 milhões de toneladas nas negociações de sorgo.

Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir
Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir

Na Finlândia os excelentes restaurantes populares são pagos pelas multas proporcionais à riqueza.

Há alguns anos os "restaurantes populares" começaram a ser construídos no Brasil. Desapareceram em pouco tempo. Falta de recursos governamentais, desinteresse dos políticos e a ascensão dos mais variados tipos de Bolsa Família foram os fatores determinantes de sua extinção. Esse é um programa perene e de enorme importância na Finlândia (denominados "refeitórios do bem estar social"). Um dos mais importantes pilares do tão propagandeado, e mal copiado, estado de bem estar social finlandês. Mas há algo que os políticos brasileiros não souberam captar. Algo que é determinante para o sucesso do programa na Finlândia e causa do fracasso no Brasil - as multas do trânsito. O sistema de multas de trânsito é totalmente diferente do adotado no Brasil e os recursos dessas multas são destinados para os "refeitórios".

Esses locais de alimentação na Finlândia são destinado para os trabalhadores e para qualquer pessoas desprovida de condições de adquirir uma refeição. Assemelham-se aos bons restaurantes que vendem refeições por quilo no Brasil. São limpos, administrados por profissionais, fornecem apenas alimentos vinculados com os cuidados da saúde. Um padrão de elevada qualidade. O segredo do funcionamento contínuo desses restaurantes está nas multas de trânsito.
Na Finlândia as sanções de trânsito são proporcionais à renda do infrator. As multas lineares, iguais para todos, foram abolidas porque se observou, com perspicácia, que uma multa pode persuasiva para uma pessoa pobre, mas quase um incentivo para um rico (lembram-se do caso do Thor, filho do Eike Batista?). Um endinheirado pode se permitir infrações sistemáticas e ainda pagar rindo. A multa proporcional aplicada na Finlândia, também conhecida como Multa do Estado de Bem Estar (MEB), pretende igualar os efeitos das correções monetárias. E segundo todas as pesquisas, quatro de cada cinco cidadãos a aprovam incondicionalmente. Os policiais trabalham com um radar e com um computador que acessa a declaração de renda do motorista infrator. Melhora efetivamente os acidentes de trânsito e ainda proporciona alimentação para os mais necessitados. Uma ideia a ser pensada para o Brasil do futuro.

Quatro casos de suicídio em menos de uma semana. É preciso refletir
Nos siga no Google Notícias