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Em Pauta

Revelar quem mente. O papel do jornalismo na pós-verdade

Mário Sérgio Lorenzetto | 27/09/2016 06:56
Revelar quem mente. O papel do jornalismo na pós-verdade

Política pós-verdade. Esse é um novo termo, cunhado inicialmente pela "Grist", uma revista humorística que trata do meio ambiente. O inventor do termo, David Roberts, fazia referência aos políticos que negavam as mudanças climáticas, apesar de todas as evidências científicas que existem. Atualmente, a ideia da "pós-verdade" na política está presente no mundo todo, os grande jornais internacionais fazem referencia a ela quase diariamente.

Mentem os políticos mais do que nunca? Não há dúvida que os políticos tem uma relação peculiar com a verdade. Mas uma coisa é exagerar ou ocultar, e outra, mentir descaradamente e continuadamente. Abundam os políticos que não se preocupam com o que dizem. A negação absoluta da verdade está presente nos parlamentos, nos executivos, nos comícios, na televisão...Porque os eleitores não reagem? Há muito se suspeita que os eleitores não se inspiram nos princípios da "Ilustração", não reúnem dados, tiram conclusões e elegem depois aos políticos que mais se aproximam dessa conclusões. Também constituem "tribos", adotam os princípios dessas tribos e, finalmente, elegem os que mais se aproximam delas.

E os especialistas? Os jornalistas não podem buscar auxílio daqueles que mais estudam temas como os da saúde, educação, segurança... aqueles temas mais caros à população? Na época da pós-verdade, os especialistas montam suas verdades de acordo com seus interesses políticos.

Muitas vezes declararam "verdades científicas" que logo depois se mostraram fraudes. E as demais instituições e poderes? Também entraram na era da pós-verdade.

A luta contra a pós-verdade começa a tomar forma, ajudada por posições como a do "The New York Times", que renunciou ao famoso princípio jornalístico de dar duas versões confrontadas e equivalentes (mesmo essa velharia é rara no Brasil). Pela primeira vez, o famoso diário norte-americano colocou em sua primeira página que Trump é um mentiroso. Não se trata de dizer às pessoas o que devem pensar. Ou em qual político votar. Se trata de dizer quem mente. Vida nova ao jornalismo.

Revelar quem mente. O papel do jornalismo na pós-verdade

Após morte de menino, capivaras entram no debate político em BH

Thales Cruz, um menino de 10 anos de idade estava em um parque da Pampulha, em Belo Horizonte. Seis dias depois, começou a sentir febre. No pronto-socorro diagnosticarem sinusite. Como a febre não cedia, foi levado a um posto de saúde. Novo diagnóstico. Dessa vez seria dengue.

O menino continuava com manchas na pele e muitas dores pelo corpo. Passou por mais dois hospitais até que veio o diagnóstico correto: Thales tinha febre maculosa. Mas era tarde, o menino morreu.

A febre maculosa, uma doença infecciosa, provoca febre elevada, dores de cabeça e musculares, prostração e, eventualmente, hemorragia. É causada por uma bactéria denominada Ricketsia ricktesii, presente na saliva do carrapato. Pode matar até 85% das vitimas que não forem corretamente tratadas. Desde o ano 2000, ceifou a vida de 495 brasileiros.

Além do garoto Thales, um funcionário da Aeronáutica, de 54 anos, também teve febre maculosa. Mas ao contrário do menino, viu um carrapato em seu corpo quando estava passeando na Pampulha.

É importante recordar que temos um bom numero de capivaras passeando em alguns pontos de Campo Grande. Uma das principais moradas de capivaras está situada no Lago do Amor, no entorno da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Frequentemente, são vistas passeando prazeirosamente nas avenidas que cortam a universidade.

Centenas, talvez milhares de pessoas divertem-se e andam por essas avenidas sem receio algum das capivaras. Elas, via de regra, são dóceis e assustadiças com a proximidade de humanos. Não aparentam oferecer risco algum para quem com elas conviver. Mas são as principais transmissoras de leptospirose, além da febre maculosa. A transmissão da leptospirose se dá pela água dos lagos e banhados onde vivem as capivaras. Elas contaminam a água com a urina e quem tem contato ou consome essa água acaba contraindo a doença. Outra doença transmitida pelo roedor a humanos é a influenza equina.

A experiência de outras cidades que passaram por essa situação mostra que há dois caminhos razoáveis. O primeiro é usar cavalos como "iscas" para carrapatos. Resistentes à febre maculosa, os cavalos tomam banho após serem infestados e aplica-se veneno nos carrapatos que caem no chão. Outro mecanismo é colocar uma pequeníssima mochila nas capivaras contendo carrapaticidas.

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ONU diz que o Brasil passa por desindustrialização precoce

O Relatório da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento é taxativo: no começo da década de 1970, a participação da indústria na geração de empregos e valor agregado no Brasil correspondia a 27%, em 2014, essa participação caiu para quase 11%. "Todo o sistema que tinha por objetivo industrializar o país entrou em colapso", diz o organismo mundial.

Nessa avaliação, o processo de desindustrialização brasileira teve inicio com os choques econômicos vivido pelo mercado nacional nos anos 1980, foi intensificado com a abertura comercial nos anos 1990, seguido pelo abandono das políticas desenvolvimentistas e pelo emprego da taxa de cambio como ferramenta no combate à inflação. Depois, a desindustrialização foi favorecida por reformas conduzidas pelo FMI e pelo Banco Mundial e, mais recentemente, pela política exportadora focada em commodities e pelo real desvalorizado.

A desindustrialização é considerada precoce porque nossa economia não chegou a atingir toda sua potencialidade produtiva de manufaturas e, em vez de evoluir em direção à indústria de serviços com alto valor agregado, regrediu para a agricultura ou para a informalidade, concluiu o documento.

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Aves dormem com um olho aberto. Eleitores, em sono profundo

Muitas aves voam centenas de quilômetros sem tocar a terra. A grande pergunta que era feita até agora é se conseguem voar tão longe sem dormir ou se dormem em pleno voo. Demonstraram que as aves que voam na parte mais externa de um grupo, expostas a maiores perigos, dormem com um olho aberto. Aquelas que voam no meio do grupo, onde estão mais seguras, dormem com os dois hemisférios cerebrais, em sono profundo e tranquilo. As aves dormem como os humanos. Como elas, temos dois tipos de sonos. Um é denominado "sono de ondas lentas" e pode ocorrer em um ou nos dois hemisférios cerebrais. Quando ocorre somente em um hemisfério o olho oposto a essa parte do cérebro, permanece aberto, em vigília. O outro tipo de sono é o chamado "movimentos oculares rápidos" (REM). Nos humanos, durante o REM, os músculos paralisam (nas aves ocorre uma perda do tônus muscular).

Em poucos dias os eleitores de Campo Grande irão às urnas em sono profundo? Repetirão o voo de quatro anos atrás em completo estado REM?

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