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Em Pauta

Tecendo uma ponte do Pão de Açúcar ao Monte Fuji

Mário Sérgio Lorenzetto | 22/08/2016 07:05
Tecendo uma ponte do Pão de Açúcar ao Monte Fuji

Do passado ao futuro. Dos guaranis aos samurais. Do pedreiro ao robô. De um país continental a pequenas ilhas. Da segunda maior população de japoneses do mundo à pátria original. De um povo que enaltece o jeitinho, sinônimo de quase ausência de planejamento a outro em que o trabalho é antes de tudo sinônimo de organização e de honra.

Muito nos une e separa. Não apenas a imensidão geográfica. Tóquio não fica logo ali. Serão mais de 20 horas dentro de um avião. Mas verão uma cultura muito distinta da nossa. Uma cultura silenciosa. Em meio a uma massa de japoneses só ouviram o bater dos saltos dos sapatos nas calçadas. Em meio de milhares de carros, jamais ouvirão uma só buzina ou um motorista soltando imprecações. Paciência é o sobrenome de todos os japoneses.

O Japão que verão derrotou três tentativas de invasão patrocinada pelos imperadores chineses no período medieval. Tormentas marítimas em conluio com os guerreiros samurais os afugentaram. O único povo que "invadiu" o Japão foi a nação Corinthiana na conquista do Mundial de Futebol de Clubes. Foram mais de 30 mil brasileiros que ensinaram aos japoneses a eloquência, as festas e a alegria. Eles já sabem quem são os brasileiros e os receberão com cordialidade e generosidade. As pontes estão sendo tecidas com os guizos das rendeiras, com os programadores de jogos eletrônicos, mas, principalmente, por dois povos que estão irmanados e ligados há quase cem anos. Voemos, ainda que em sonhos.

Do Pão de Açúcar ao Fuji. Dos ipês às cerejeiras em flor. Da amizade à cordialidade. Voemos do Brasil ao Japão. 2020 será um anos melhor para os dois povos que enfrentam as mesmas oceânicas dificuldades econômicas, políticas e demográficas.

Tecendo uma ponte do Pão de Açúcar ao Monte Fuji

Participação brasileira completa por olimpíada

Tecendo uma ponte do Pão de Açúcar ao Monte Fuji
Tecendo uma ponte do Pão de Açúcar ao Monte Fuji
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"Aqui não é lugar para vagabundo". As agruras de um atleta olímpico do passado

O primeiro grande herói do esporte olímpico nacional foi para Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001), bicampeão do salto triplo nos Jogos de 1952, em Helsinque, e em 1956, em Melbourne. Em uma época em que os atletas olímpicos tinham de se manter amadores - proibidos, portanto, de receber qualquer tipo de remuneração ou patrocínio - Adhemar Ferreira da Silva se desdobrava para conciliar suas obrigações de funcionário da Prefeitura de são Paulo com os treinos e competições. Em 1953, já campeão olímpico e iniciando a preparação para o bi, ele teve negado o pedido de licença para participar de uma competição no Chile. Decidiu ir mesmo assim e acabou demitido pelo então prefeito de São Paulo, Jânio Quadros. "Aqui não é lugar para vagabundos", justificou o folclórico e polêmico político nascido em nosso Estado.

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Nadou pela vida de 20 pessoas. Agora nada por esporte

A história da refugiada síria Yusra Mardini será contada em um documentário. Se há uma história que representa o que há de melhor nos Jogos Olímpicos é a de Mardini. Atravessou o Mediterrâneo praticamente a nado, arrastando um barco onde iam quase duas dezenas de refugiados, salvando suas vidas. Agora luta por um bom tempo nos Jogos Rio 2016. Faz parte da seleção olímpica dos refugiados.

Mardini vive e treina atualmente na Alemanha, país de acolhimento. Ela e outros nove atletas, que competem nos Jogos Olímpicos, terão suas histórias contadas em um documentário do Comissariado das Nações Unidas para os refugiados.

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