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Finanças & Investimentos

Educação, endividamento e futuro

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 16/03/2016 07:43

Desde pequenos a Educação já se faz presente em nossas vidas. Primeiro com os pais, com quem aprendemos a respeitar e seguir valores, e depois com a escola, onde adquirimos o conhecimento fundamental para o sucesso profissional e a vida adulta. É através dela que garantimos nosso desenvolvimento social, econômico e cultural. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a diferença de salários entre quem tem curso superior e quem não o possui é de 267,1%. O número ressalta a importância da dedicação aos estudos e confirma que quanto maior o nível de instrução, maior a possibilidade de renda.Além do aumento da renda e das chances de se obter um emprego, oferecer um serviço ou montar um negócio, pessoas mais desenvolvidas intelectualmente são livres para escolher seus próprios caminhos.

Escolaridade X Endividamento - A baixa escolaridade também pode se constituir em um fator que influencia o nível de endividamento do brasileiro. Segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), 61,1% das famílias brasileiras, em média, passaram o ano de 2015 com o orçamento comprometido, e houve aumento nos indicadores de inadimplência, principalmente no último trimestre do ano.O número médio de famílias com contas ou dívidas em atraso alcançou 20,9% do total – o que representa uma alta de 8,4% em relação ao registrado em 2014. Já o total de famílias que relataram não ter perspectiva de pagar suas contas em atraso alcançou 7,7% do total – um aumento de 23,2% em comparação com o ano anterior.

Outra pesquisa, da Telecheque, empresa de avaliação de risco de crédito no varejo, revela que, dos endividados, quase metade assume ter entrado no negativo por causa da compra de carros, celulares e roupas de marca, além de refeições na rua e idas a salão de beleza.Ou seja, ninguém está endividado porque optou por gastar com Educação, como faculdade, cursos profissionalizantes, cursos de idiomas ou mesmo um curso de aperfeiçoamento para algum hobbie, aliás será que isso é gasto? Eu vim da contabilidade e nessa ciência usamos chamar de investimentos, e não gastos,aquilo que se despende visando retorno futuro.

Tais dados me fazem lembrar de um ex-funcionário que certo dia me pediu aumento de salário. Ao questioná-lo sobre o motivo de seu merecimento, ele disse que já estava há quase 15 anos na empresa e não era promovido.Então, perguntei o porquê de não procurar a promoção no mercado e ele afirmou que o mercado não ia querer alguém que não tem faculdade. “Por que eu daria uma promoção para alguém que o mercado não quer? ”, rebati. Obviamente, ele não conseguiu responder.

Quem deve ser o responsável? - O fato é que isso já faz 10 anos e ele continua sem ter estudado e recentemente o encontrei na fila do supermercado, e estava desempregado. Imediatamente me veio a seguinte reflexão: de quem é a responsabilidade de melhorar sua formação?Também me veio a lembrança de muitas pessoas que conheci ao longo da minha jornada profissional que diziam: “Só vou aprender inglês se a empresa pagar o curso, se quer que eu fale que paguem por isso” e tantos que a empresa investiu e a pessoa mal frequentava as aulas, ou se indignava quando o progresso não acontecia e o investimento era cortado. De fato, de quem é a responsabilidade de melhorar sua formação?

No atual cenário de desaceleração econômica e aumento do desemprego, um erro grave que deve ser evitado é deixar de investir em si mesmo. Muita gente usa a crise como desculpa e se acomoda, (aposto que dirão que não tem tempo quando a crise passar).No entanto, esse é o momento ideal para se aprimorar e se preparar para quando o mercado reaquecer. Uma boa opção é enumerar seus pontos fracos ou seus pontos cegos e ver formas de corrigi-los, se está desempregado, aproveite que tem tempo para fazer isso agora.Vale cursos de aperfeiçoamento e atualização, aprender um novo idioma ou até mesmo um MBA ou pós-graduação.

Por que não fazer um coaching para melhorar suas competências? Isso vai ajuda-lo inclusive nas entrevistas de emprego. É fundamental estar preparado para quando boas e novas oportunidades surgirem.Mesmo que esteja difícil reservar dinheiro para continuar estudando, hoje em dia, só não aprende quem não quer. O que importa é ter sede de conhecimento e a internet pode ser muito útil nesse processo: há muitas possibilidades de sites que disponibilizam conteúdo educativo sem cobrar nada. Filmes e livros também são uma ótima forma de conhecimento. Frequente bibliotecas públicas, pegue alguns títulos emprestados ou baixe gratuitamente na Internet.

Conclusão - Vale citar a frase do artista Austin Kleon: “Escola é uma coisa. Educação é outra. As duas nem sempre se sobrepõem. Estando ou não na escola, é sempre sua tarefa melhorar sua educação”. E aí? Em que estatística você quer estar? O futuro é todo seu, mas ele é construído a partir de agora.Também gosto do que diz James Allen: “Em todas as relações humanas há esforço e há resultados, sendo a quantidade de esforço a medida do resultado. O acaso não o é. Dons, poderes, bens materiais, intelectuais e espirituais são o fruto do esforço; são pensamentos completos, objetos alcançados, visões cumpridas. A visão que exalta na sua mente, o ideal que guarda no seu coração, serão as fundações da sua vida; é isso em que se tornará”.

Fonte: Emerson Weslei Dias/dinheirama.com.br
Disclaimer – A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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