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Finanças & Investimentos

Muito trabalho: expectativa x realidade

Por Emanuel Gutierrez Steffen (*) | 26/05/2017 09:00

A maioria das pessoas está trabalhando mais, formando menos patrimônio, tendo mais problemas de estresse e saúde, e estão destruindo aos poucos seus relacionamentos familiares. Quero fazer algumas considerações a este respeito.

Trabalhar bastante é bom, se você fizer do jeito certo - Em primeiro lugar, quero dizer que eu trabalho muito. Nunca achei isso um problema, mas entendo que nem todos conseguem (ou querem). No entanto, há anos acontece uma coisa relevante na minha jornada de trabalho: eu amo o que faço! Dessa forma, meu trabalho também serve como diversão, pois acordo feliz e animado para começar minhas atividades profissionais e o tempo passa “voando” porque eu realmente consigo me realizar no que faço.

Eu sei que isso tudo é mais complicado do que parece, e você tem razão se pensa dessa forma. A questão fundamental é: você é feliz com o que faz ou trabalha apenas por dinheiro? Se você não gosta do seu trabalho, mas insiste com ele, você tem enormes chances de desenvolver problemas psicológicos e emocionais ao longo da vida. Estes, por sua vez, irão se refletir na sua saúde física e também nos seus relacionamentos.

Se este for o seu caso, considere montar um plano de mudanças para desenvolver uma atividade remunerada que esteja alinhada com as coisas que você gosta. No início não será fácil (como não foi para mim), mas você experimentará uma nova dimensão no seu relacionamento com o trabalho. Com o tempo, se você se dedicar e persistir, as coisas irão melhorar bastante (e cada vez mais rápido), e isso irá contagiar positivamente sua família e as demais áreas de sua vida.

Entenda a relação do seu padrão de vida com o seu trabalho - Outra coisa que evita desgastes desnecessários é avaliar francamente os seus hábitos de consumo. Muitos estão vivendo no limite ou acima de sua renda. Se este for o seu caso, isso fatalmente fará de você um refém do seu trabalho. Você precisa entender que deve viver sempre com menos do que ganha.

Cultivar a simplicidade e experimentar momentos muito agradáveis que não custam tanto dinheiro são escolhas. Falo de uma caminhada com um amigo, um piquenique no parque com a família ou um simples passeio de bicicleta, por exemplo. Em termos práticos, sugiro que você viva com 70% do que ganha e poupe sistematicamente os 30% restantes. Saber que há uma folga financeira que está devidamente investida (protegida contra a inflação e crescendo) é algo que gera uma agradável sensação de segurança e nos ajuda a manter o controle das emoções, baixando o nível de estresse.

Ganhar dinheiro é bem mais fácil que administrá-lo - É curioso como muitas pessoas investem em sua carreira profissional. Faculdade, pós-graduações, MBA, mestrado, doutorado e por aí vai. Estão certíssimos, mas quando o assunto é dinheiro, a maioria opta por poupança, previdência privada, consórcio e até títulos de capitalização.

Qualquer coisa diferente disso parece ser algo muito complicado e inacessível. Ora, sejamos francos: saber administrar seu dinheiro é tão ou mais importante que investir na carreira para ter um salário melhor.

Se você conhecer bem as opções de investimentos que o mercado financeiro oferece, terá à sua disposição alguns instrumentos muito eficazes de proteção e multiplicação do seu dinheiro. Rentabilidade, segurança, liquidez, tudo isso faz sentido e pode ser encontrado de forma mais inteligente. Com isso, talvez você nem precise trabalhar tanto para alcançar seus objetivos, pois seus investimentos inteligentes também farão parte desta “corrida”, ajudando-o a chegar lá mais rapidamente. A vantagem disso? Você terá mais tempo livre para desfrutar a vida com as pessoas que você ama.

O dinheiro e os problemas familiares - Você sabia que 80% das famílias brasileiras tem alguma dificuldade para chegar ao fim do mês conseguindo honrar com seus compromissos financeiros? Nesta situação, aqueles que deveriam se apoiar mutuamente, buscando uma vida melhor, passam a brigar, discutir. Em muitos casos, eles simplesmente desistem do casamento e da vida em família. Se pudéssemos ver as coisas como elas são, enxergávamos o dinheiro (ou a falta dele) como sendo o centro dos problemas. Mas não é só ele o responsável. Na verdade, ele é a parte visível da questão, que começa no nosso comportamento e nas nossas atitudes e emoções.

O dinheiro, por sua vez, exerce grande influência sobre nossos pensamentos e emoções, o que realimenta o ciclo. Se estamos emocionalmente instáveis, geralmente passamos por problemas financeiros. Esta relação é mais um motivo para “abraçar” a educação financeira e aprender a lidar com o dinheiro. Por falta de conhecimento, muitos casais se confundem, pensando que já não há amor entre eles, quando a causa dos problemas é essencialmente relacionada ao planejamento financeiro (ou falta dele).

Conclusão - Espero ter deixado claro que há uma profunda relação entre bem-estar, relacionamento e dinheiro. Temos muita informação à nossa disposição, bastando um pouco de prioridade e boa vontade para entendermos do assunto. Só aqui no Dinheirama temos mais de 3.200 textos tratando de finanças comportamentais, investimentos e negócios. O resto depende de você. Mãos à obra, porque a riqueza é uma opção de vida. Pratique a educação financeira!

Fonte: Conrado Navarro\ Dinheirama.com Disclaimer: A informação contida nestes artigos, ou em qualquer outra publicação relacionada com o nome do autor, não constitui orientação direta ou indicação de produtos de investimentos. Antes de começar a operar no SFN - Sistema Financeiro Nacional o leitor deverá aprofundar seus conhecimentos, buscando auxílio de profissionais habilitados para análise de seu perfil específico. Portanto, fica o autor isento de qualquer responsabilidade pelos atos cometidos de terceiros e suas consequências.

(*) Emanuel Gutierrez Steffen é criador do portal www.mayel.com.br

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