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Manoel Afonso

Enchendo os olhos

Manoel Afonso | 18/01/2013 15:47

Pedrossian era visto como visionário. A rodovia Camapuã-Chapadão - foi criticada pela oposição. “Só tem formiga/tamanduá/ areia” alardeavam alguns. Mas o tempo mostrou que Pedro estava coberto de razão.

A OPOSIÇÃO desconhecia o interior. Circunscrita aos limites da capital não tinha nem noção do potencial dos campos/cerrados. Hoje quem passa na região leva um susto agradável da transformação nos últimos 20 anos. A utopia virou realidade.

É PRECISO conhecer a parte central do Estado para aferir o espaço bruto a ser incluído no setor produtivo. Olhando as duas margens do rio Sucuriú, de Costa Rica até Três Lagoas, temos ainda um (o último) “mundão de meu Deus”.

ESTIVE na região agora e lembrei do cenário que conheci em 1974. Posso dizer que André vai dando prosseguimento as ações de Pedrossian para integrar o Estado com progresso. A curto prazo, a opinião publica também lhe fará justiça.

BOM EXEMPLO é Paraíso das Águas, Antigo e escondido distrito de Paranaíba que foi ressuscitado com a rodovia Apa-Aporé. Virou cidade com roupagem moderna e que será estratégica no apoio ao desbravamento ao longo do Sucuriú.

A EUFORIA em Paraíso se justifica: novas pequenas usinas hidreelétricas serão construídas: projetos de usina de cana, seringais e plantio de arvores diversas devem sair logo do papel. Isso sem contar a agricultura/pecuária/suinocultura fortes.

DETALHE Antes a energia elétrica era o grande entrave ao progresso. As estradas também. Essa melhora da malha rodoviária asfaltada na região norte e a abundância de energia formam um binômio forte na ocupação dos vazios do MS.

VALEM OURO As terras ainda disponíveis no MS são hoje disputadas por grandes empresários do país e do exterior. As conversas em Costa Rica, Chapadão e Paraíso mostram que – finalmente a região vai explodir economicamente.

REFLEXOS O ex-deputado Valdomiro Gonçalves lembra que a região tinha um colégio eleitoral fraco devido a ‘ociosidade rural.’ Se o progresso atrai mais gente e movimenta a economia, refletirá também na representação política.

OS PREFEITOS Valdeli, Xixi e Felipe não escondem a euforia e se arriscam em ousadas projeções. Com mais gente o colégio eleitoral se fortalecerá com chances de eleger mais representantes comprometidos com a região. Mais que correto!

EM ALTA Por onde passei conferi o reconhecimento das ações implementadas pelo Governo Estadual. Empresários/agricultores/profissionais liberais elogiam o grande salto econômico-social que desembocará na melhora da qualidade de vida.

PEDROSSIAN É engenheiro, mas reconhece a força do receituário médico na política lembrando: “enquanto os concorrentes ficam apenas na sala, o médico vai muito além – chega até ao quarto – ambiente íntimo e sagrado da casa”

EXEMPLOS Getúlio Vargas, ACM, JK - Fernando C. da Costa, Rachid, Moka, André e Nelsinho são casos mais visíveis. Destaco ainda o ‘cacique’ Inocêncio Oliveira e o mineiro João da Mata Machado, 1º presidente da Câmara em 1891.

VISIBILIDADE Mesmo com a ‘nova medicina’ esse profissional reina forte no interior principalmente. A recente eleição do médico Felipe em Chapadão do Sul chamou a atenção e serve de exemplo na avaliação desse profissional.

MUDANÇAS Personagens importantes no movimento que culminou com a Proclamação da República, os advogados ocuparam espaço no Senado e Câmara ao longo dos primeiros mandatos. Foi sempre assim até a Ditadura Militar.

PERDAS Evidente que pelo arcabouço do conhecimento que tinham, os senadores e deputados representavam considerável ameaça ao regime dos generais e acabaram pagando caro através da perda do mandato. A democracia perdeu com isso.

NOVA FASE Com a redemocratização houve uma espécie de oxigenação nos quadros do Congresso, mas implicou na perda de qualidade da representação. Os eleitos graças a circunstancias diversas, mas pouco preparados para o exercício do mandato.

A POLÍTICA mudou: nos dias de hoje Ruy Barbosa – por exemplo - com seu discurso patriótico e ético - não chegaria ao Congresso. Seria considerado chato demais pelos eleitores e inconveniente aos interesses das grandes corporações.

AS BANCADAS no Congresso mostram a que ponto chegamos. Parlamentares sem luz própria, sem experiência e despidos de preparo cultural se unem dentro de um espírito corporativista alheio aos grandes problemas e debates da nação.

ESCÂNDALOS Eles tem mostrado a degradação no Congresso, onde denúncias sucessivas contra parlamentares fomentam o ceticismo da opinião pública. Impera a Lei de Gerson, o ‘toma lá da cá’, com aval inclusive do próprio Governo.

EVIDENTE Tem gente séria pensando em termos de Brasil, mas que vai se sentindo impotente com o desenrolar dos acontecimentos. A politicalha representada pelas negociatas ganha espaço, inibe/desanima/isola os parlamentares idealistas.

OS RELATOS que chegam à mídia representam na verdade apenas a pontinha de um grande iceberg. O pior é a reação e ações do Executivo nestes casos: prefere varrer a sujeira para debaixo do tapete e criticar (pasmem!) a imprensa denunciante.

“NO MEU MORRER TEM UMA DOR DE ÁRVORE”. MANOEL DE BARROS

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