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Direto das Ruas

Acadêmicos de Medicina reclamam de atender pacientes com covid

Alunos voltaram a ter aulas presenciais, temem surto da doença nas turmas e levar covid aos familiares

Anahi Zurutuza | 12/03/2021 13:50
Chegada de acadêmicos de Medicina na volta às aulas presenciais na Uniderp (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Chegada de acadêmicos de Medicina na volta às aulas presenciais na Uniderp (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

De volta às salas de aula desde o dia 8 de março e às aulas práticas, na Santa Casa e em postos de saúde, desde o início do ano letivo, um grupo de acadêmicos de Medicina de Uniderp teme a exposição a casos de covid-19. Um destes alunos, de 25 anos, explica que o medo é de haver surto da doença.

“A gente tem de ir às unidades para acompanhar os procedimentos e aprender o que a gente estuda na teoria. No ano passado, tivemos aulas, mas o cenário era outro. A curva de contágio em Mato Grosso do Sul era decrescente, não faltavam leitos. A questão é mudança de cenário. Desconsideram a nova cepa circulante, que acomete não só grupos de risco”, afirma o rapaz.

Ele explica que a preocupação é que se um dos acadêmicos se contamina nas aulas práticas – que acontecem uma vez por semana – podem levar o vírus para os colegas e, consequentemente, para as famílias dos alunos. Em 2020, as visitas às unidades de saúde aconteciam, mas o restante das disciplinas eram ministradas à distância.

Os alunos também falam em prejuízo à coletividade, já que neste momento crítico da pandemia, podem ser vetores da doença e não contribuem para evitar o colapso no sistema de saúde.

“Ontem, na UBS [Unidade Básica de Saúde], colegas meus atenderam pacientes com covid. Só que eu sei, 4 alunos tiveram contato direto com esses pacientes”, conta o entrevistado, que pediu para ter a identidade preservada, sobre o risco iminente.

O estudante afirma ainda que teme ser repreendido se identificar-se por causa da postura da universidade em relação ao grupo que fez reclamações à coordenação do curso. No começo do semestre, a coordenação enviou mensagem aos alunos recomendando aos que integrassem os grupos de risco ou que, por qualquer motivo, não pudessem fazer as aulas práticas, que trancassem as matrículas para não acumular disciplinas obrigatórias para outros semestres.

Segundo o aluno, outras universidades pelo País já suspenderam as aulas práticas por tempo indeterminado e que esse grupo, apesar da saber do prejuízo no quesito pedagógico, cobra o mesmo da Uniderp.

A universidade informou que já iniciou a vacinação dos alunos que estão do nono ao décimo segundo semestre e que, por serem do internato, são estes que estão em UPAS e na Santa Casa.

"Os demais semestres, primeiro ao oitavo, frequentam unidades básicas de saúde e a Santa Casa mas não realizam atendimento a pacientes com sintomas gripais. Os mesmos, quando fazem algum tipo de atendimento, são a pacientes que foram triados previamente e classificados como não sintomáticos. Cito aqui, o exemplo de uma turma onde os mesmos estavam preocupados com a falta de segurança em um provável local de atendimento. Prontamente, a coordenação e professores visitaram o local, nada foi constatado de irregularidades e os tranquilizamos, onde todos confirmaram ser um ambiente seguro.  Vale ressaltar que todas as atividades acadêmicas estão respeitando as decisões dos decretos governamentais e recomendações dos órgãos e autoridades de saúde".

A Uniderp também garante que os "acadêmicos estão inseridos em atividades práticas presenciais, sempre seguindo o protocolo de biossegurança estabelecidos pela vigilância do local, baseados no protocolo municipal, e sempre utilizando os materiais de proteção individual (EPI) fornecidos pela nossa universidade"

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